Materiais e Métodos
O extrato etanólico de folhas de P. rivinoides foi suspenso em uma solução de MeOH:H2O (1:1) e submetido à partição líquido-líquido com solventes de diferentes polaridades. A fração hexânica foi fracionada em coluna de gel de sílica. As frações obtidas foram analisadas por cromatografia em camada delgada (CCD) e, posteriormente, por cromatografia com fase gasosa acoplada ao espectrômetro de massas (CG/EM).
Resultados e Discussão
A fração hexânica proveniente do extrato etanólico de Piper rivinoides foi fracionada em coluna de gel de sílica e desse fracionamento foram geradas 205 frações. Todas as frações foram analisadas por CCD e as frações 72 e 73 (318,4mg) eluídas com Hexano/Acetato de Etila 5% apresentaram-se como cristais incolores,
exibindo mancha única em CCD. Posteriormente, essas frações foram analisadas por CG/EM. Através da comparação do íon molecular e do padrão de fragmentação do material analisado, foi possível propor para a substância obtida a classe química de uma neolignana. Isolada com alto grau de pureza (>90%) este é o primeiro registro de lignoides em P. rivinoides.
Figura 1: Cromatograma da neolignana
Conclusões
A prospecção química de Piper rivinoides revelou importante marcador químico presente no extrato etanólico dessa espécie. A grande quantidade encontrada dessa substância sugere também a sua importância no processo de defesa e/ou polinização da espécie.
Agradecimentos
Agradecemos ao CNPq pelo apoio financeiro.
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Referências Bibliográfica:
¹ Parmar, V. S., Jain, S. C., Bisht, K. S., Taneja, P., Phytochemistry of genus Piper. 1997, 46, 597-673.
2Gottlieb, O. R., Yoshida, M., Lignóides com atenção especial à química das neolignanas. 1984, 7, 253-270.
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO E CITOTÓXICO DE Plantago australis LAM.
Mathias Moraes Abrão (IC)1*, Samara Evangelista Reis (IC)1, Luiz Fernando Soldati Duarte (IC)1, Andréa Silva de Oliveira (IC)1, Arthur Ladeira Macedo(PG)¹, Maria de Fátima Ávila Pires(PQ)2, Elita Scio Fontes(PQ)3, Luciana Moreira Chedier (PQ)1, Daniel Sales Pimenta (PQ)1 daniel .pimenta@ufjf.edu.br
1 Laboratório de Fitoquímica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora, 36036900, Juiz de Fora – Minas Gerais
2Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite. Embrapa Gado de Leite –Rua Eugênio do Nascimento, 610 Dom Bosco- Juiz de Fora- Minas Gerais
3Laboratório de Farmacologia de Produtos Naturais. Instituto de Ciencias Biológicas, Universidad Federal de Juiz de Fora, 36036900, Juiz de Fora-Minas Gerais
Palavras-chave: Etnoveterinária, Mamite, Artemia salina, Transsagem.
Introdução
Plantago australis Lam. (Plantaginaceae), conhecida popularmente como transagem, foi selecionada por levantamento etnoveterinário anterior para o tratamento de mamite bovina1. O objetivo deste trabalho foi determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) dos extratos aquoso e metanólico de folhas de Plantago australis Lam. contra cepas de bactérias, inclusive as envolvidas na mamite, e a capacidade citotóxica dessa espécie contra Artemia salina.
Materiais e Métodos
O extrato metanólico de folhas foi obtido por maceração estática com metanol até exaustão. O extrato aquoso foi obtido por meio de infusão, seguido de liofilização. Os dois extratos foram testados contra cepas das bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli, que são agentes etiológicos da mamite, além das bactérias Pseudomonas aeruginosa e Salmonella typhimurium, onde se determinou a Concentração Inibitória Mínima(CIM)2. Os testes de citotoxidez foram realizados segundo Meyer et al. (1982)3. Ambos extratos foram solubilizados em água do mar artificial com auxílio dos tensoativos Tween 80:DMSO (1:1 v/v) a 1% para obtenção de concentrações entre 10 e 1000 µg/mL e testados em náuplios de Artemia salina.
Resultados e Discussão
Os extratos mostraram potencial atividade contra mamite. O extrato metanólico de folhas de P. australis foi o mais promissor, sendo o CIM em S. aureus de 125µg, E. coli de 1000µg, S. typhimurium e P. aeruginosai de 500µg. O extrato aquoso de folhas de P. australis apresentou CIM de >1000, 1000, 500 e 1000µg respectivamente. Os resultados para citotoxidez foram expressos em CL50, calculados pelo programa estatístico Probit. Todos os extratos apresentaram CL50 acima da faixa de concentração testada (>1000 g/mL). Esses resultados indicam eficácia e segurança dos extratos.
Conclusões
Os extratos obtidos de P. australis mostraram atividade antimicrobiana e baixa citotoxidez, apontando para uma correta utilização pelos pecuaristas no combate à mamite.
Agradecimentos
Propesq/UFJF pelo apoio financeiro.
1-Pires, M.F.A. et al., Conhecimento e saberes locais: contribuição para a sustentabilidade da agricultura familiar e para o desenvolvimento rural. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE AGROPECUÁRIA SUSTENTÁVEL, I, Viçosa, 2009.
2-National Comittee for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), 2002. Performance standards for antimicrobial susceptibility testing. Approved standard M100-512, v. 22, n. 01.
3 Meyer, B.N. et al., Brine shrimp, a convenient general bioassy for active-plant constituents. Planta Med 45: 31-34. 1982
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO E FRAÇÕES DE Psychotria nuda FRENTE AO RADICAL LIVRE ÓXIDO NÍTRICO.
Sanderson Calixto (IC)¹*, Thatiana Ventura (PG)¹, Michelle Muzitano2 (PG)2, Elena Lassounskaia1 (PG) 1. sandersoncalixto@yahoo.com.br
1Laboratório de Biologia do Reconhecer, CBB, UENF, Campos dos Goytacazes, RJ.2Faculdade de Farmácia, UFRJ, Campus Macaé, IMMT, RJ.
Palavras-chave: Óxido Nítrico, Radical livre, Nitroprusssiato de sódio e Psychotria nuda.
Introdução
O radical livre óxido nítrico (NO) exerce importantes funções no sistema imunológico, como controle de doenças infecciosas. No entanto, também pode estar associado com o agravamento de doenças inflamatórias e degenerativas (BOGDAN, 2001). A inibição da atividade do NO, como a eliminação de radicais livres pode apresentar uma melhoria na condição patológica. O nitroprussiato de sódio (SNP) é um composto químico, utilizado como fonte de oxido nítrico permitindo a avaliação da atividade antioxidante. O objetivo deste trabalho foi padronizar o ensaio antioxidante utilizando o SNP e verificar se o extrato da planta Psychotria nuda é capaz de seqüestrar o NO liberado pela adição de SNP em meio aquoso.
Materiais e Métodos
Os cristais de SNP foram diluídos em PBS (100 mM) e submetidos a uma curva de concentração-dependência (5, 10, 15, 20 e 25 mM) em meio de cultura DMEM-F12 não-suplementado e então incubado a 25ºC em diferentes períodos de tempo (30, 60, 90, 120, 150 e 180 minutos). Este processo foi avaliado também na presença ou ausência de luz. A melhor concentração de SNP e tempo de incubação foram utilizados para os testes com o extrato e frações de Psychotria nuda nas concentrações de 4, 20, 100 e 500 g/mL. Após a incubação durante o tempo estabelecido, foi realizado o teste colorimétrico de Griess para determinar a concentração de nitrito no meio. O flavonóide rutina foi utilizado como padrão devido a sua conhecida atividade antioxidante.
Resultados e Discussão
Os resultados permitiram observar que a presença de luz durante a incubação é um
fator importante para a liberação do NO pelo SNP para a realização do ensaio antioxidante com o SNP. A concentração de 10 mM de SNP em 90 minutos de incubação apresentou um bom desempenho dentre as demais testadas e portanto, a adotamos como protocolo padrão para os próximos ensaios. A atividade observada para o extrato e frações da Psychotria nuda foi semelhante à obtida para a rutina (72,11 ± 1,76% a 500g/mL). O extrato etanólico apresentou atividade sequestradora significante até mesmo na menor concentração (4 μg/mL) sendo esta de 74,36 ± 0,61% sob NO gerado. As frações em hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol de P. nuda mostraram atividade antioxidante semelhante (entre 67% - 77%). A fração aquosa residual foi a menos ativa, exibindo em 100g/mL, 57,86 ± 2,59% de atividade sequestradora frente ao radical livre NO.
Conclusões
Pode-se concluir que a presença de luz durante a incubação é importante para a liberação do NO, e a capacidade de sequestrar o radical livre NO é uma das propriedades que torna a espécie vegetal P. Nuda um candidato promissor no tratamento de processos inflamatórios.
Agradecimentos
UENF; CNPq e Faperj e projeto Jovens Talentos para as Ciências.
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Referências:
BOGDAN, C. (2001) Nitric oxide and the immune response. Nature immunology 2,906-916.
DIFERENTES MEIOS DE CULTURA NA PRODUÇÃO DE METABÓLITOS FITOTÓXICOS DE Corynespora cassiicola.
Luciana Moreno dos Santos (PG)1*, Antonio Jacinto Demuner (PQ)1, Luiz Cláudio de Almeida Barbosa (PQ)1, Robert Weigart Barreto (PQ)2. luciana.santos@ufv.br
1 Departamento de Química - Laboratório de Análise e Síntese de Agroquímicos. Universidade Federal de Viçosa, Av. PH. Rolfs s/n – Viçosa – MG. CEP: 36570-000.
2 Departamento de Fitopatologia. Universidade Federal de Viçosa, Av. PH. Rolfs s/n – Viçosa – MG. CEP: 36570-000.
Palavras-chave: Corynespora cassiicola, compostos fitotóxicos, meios de cultura, atividade fitotóxica.
Introdução
Substâncias isoladas de fungos destacam-se como agroquímicos naturais. Os fungos constituem o segundo maior grupo de espécies, produzindo inúmeras substâncias sob as mais diversas condições de cultivo e estresse1. A importância dos meios de cultivo vem sendo avaliada em diversos trabalhos que envolvem a prospecção química de fitotoxinas fúngicas2. O objetivo deste trabalho versa sobre a avaliação da atividade fitotóxica do fungo fitopatogênico Corynespota cassiicola f. sp. Lantaneae, através de ensaios de punção de folha sob a espécie Lantana câmara e ensaios de germinação frente à Cucumis sativus.
Materiais e Métodos
O fungo C. cassiicola encontra-se no departamento de Fitopatologia da UFV, sob código JMP-216. As avaliações foram realizadas com os meios JP e caldo de vegetais. Foram discriminados 5 tratamentos: T1-água, T2- JPCb, T3-JPCf, T4-CVb e T5-CVf e 3 repetições. As culturas foram inoculadas nos meios descritos; os micélios foram completamente removidos após o período de crescimento. Para o ensaio de punção, folhas da espécie L. camara foram dispostas em placas de Petri, previamente preparadas. As mesmas foram submetidas à punção com agulha e em seguida 200µL de cada tratamento foram dispostos sobre cada ferimento. Avaliações da mancha necrótica foram realizadas totalizando 72 horas de experimento. Ensaios de germinação foram realizados com a espécie C. sativus. A parcela experimental foi constituída de placa de Petri, de 9 cm de diâmetro e 15 sementes. Os experimentos foram realizados em câmara de incubação B.O.D., a temperatura de 25 ºC, com fotoperíodo de 8/16 horas.
Resultados e Discussão
As avaliações dos resultados de punção de folha se deram através da comparação da mancha necrótica apresentada pelos meios avaliados. Observamos a maior área de necrose foliar para o meio JP inoculado com o fungo, de 1,3 cm de diâmetro. A mesma apresentou-se maior quando comparado aos outros meios avaliados.
Nos ensaios de germinação, foram avaliados os parâmetros comprimento de raiz (CR) e percentual de germinal (PG) (Tabela 01). Comprovamos que o meio JPf (T3), apresentou atividade na inibição do crescimento da radícula e no percentual de germinação, corroborando com o resultado anterior.
Trat.
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CR (cm)
|
PG(%)
|
T1
|
4,3 A
|
100 A
|
T2
|
4,1A
|
100 A
|
T3
|
2,5 B
|
93 B
|
T4
|
4,5 A
|
100 A
|
T5
|
4,0 A
|
97 AB
|
CV (%)
|
9,9
|
3,0
|
Tabela 1: Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
A produção de fitotoxinas é dependente do meio de cultivo em que o fungo se desenvolve e condições ambientais de desenvolvimento3.
Conclusões
O meio JPf apresenta maior produção de fitotoxinas, o mesmo foi escolhido para prospecção química dos metabólitos do fungo fitopatogênico C. cassiicola.
Agradecimentos
Capes, CNPQ, FAPEMIG
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¹Pinto A. C.; Silva D. H. S.; Bolzani V. S.; Lopes, N. P., Epifranio, R. A. Química Nova 2002, p. 45-61.
2Hanson J.R. The chemistry of fungi. 2008, p.18.
3Elias B. C.; Said S.; Albuquerque S.; Pupo M. T. Microbiological Research ,2006, p.273.
“AVALIAÇÃO FITOQUÍMICA E DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DA ESPÉCIE VEGETAL Tocoyena bullata MART.”
Thais Valentim A. Westermann (IC)¹*, Adriana R. Dutra (IC)¹, Victor H.G. Carvalho (TC)¹, Tatiana U. P. Konno (PQ)², Michelle F. Muzitano (PQ)¹, & Ivana C. R. Leal (PQ)¹.
thais-valentim@hotmail.com
1 Laboratório de Produtos Naturais, LaProN, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rua Alcides da Conceição, 159 - Novo Cavaleiros – Macaé; 2Núcleo de Pesquisas em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé-NUPEM, UFRJ/ Macaé. Rua Rotary Club. São José do Barreto, Macaé-RJ
Palavras-chave: Tocoyena bullata, atividade antibacteriana, produtos naturais.
Introdução
A busca por novos agentes antimicrobianos, utilizando a natureza como principal recurso, vem ressurgindo na comunidade científica. Diversos patógenos têm apresentado resistência frente a antimicrobianos comuns, portanto, a procura por novos constituintes, de origem natural, tem sido alvo de nossas pesquisas1. O gênero Tocoyena (Rubiaceae) é composto por 9 espécies. T. bullata é uma pequena árvore endêmica do Brasil, nativa das regiões nordeste e sudeste2. Não existem estudos químicos e farmacológicos atribuídos a esta espécie, tendo sido apenas o gardenosido identificado. Este trabalho tem como objetivo a busca por constituintes químicos de T. bullata com atividade antibacteriana.
Materiais e Métodos
Folhas secas e pulverizadas da T. bullata, coletadas na Restinga de Jurubatiba, 2010, foram maceradas à frio em etanol absoluto. O macerado obtido foi filtrado e concentrado em rota-evaporador. Em seguida foi submetido a extração líquido-líquido com solventes de polaridade crescente. As frações foram analisadas por cromatografia em camada fina utilizando diferentes reagentes cromogênicos. A atividade antibacteriana dos extratos foi avaliada pelo método de diluição em ágar Müeller-Hinton em concentrações variando entre 512 e 128 μg/mL. Para o ensaio foram avaliadas 13 amostras bacterianas de diferentes espécies (cepas padrão) e sítios de infecção hospitalar (cepas clínicas), entre elas estão os gêneros Staphylococcus sp., Enterococcus sp., Acinetobacter sp. e Pseudomonas sp..
Resultados e Discussão
A avaliação da atividade antibacteriana apresentou resultados promissores para as
frações insolúvel e em diclorometano, ambas na concentração de 512 μg/mL, pois inibiram mais de 50% do total, tendo sido inibido principalmente amostras de P. aeruginosa (Tabela 1).
Tabela 1: N.º de bactérias inibidas pelos extratos obtidos das folhas de T. bullata.
Através da análise por cromatografia em camada fina, utilizando CHCl3: AcOEt (9:1) como sistema de solvente, observou-se a presença de terpenos e esteroides nas frações hexano e em diclorometano, quando reveladas com vanilina sulfúrica. Já nas frações insolúvel, butanol e acetato de etila, onde o sistema de solvente utilizado foi o BAW, observou-se a presença de flavonoides, após ser revelada com NP/PEG. A fração diclorometano foi submetida à análise por GC-MS, onde observou-se uma mistura dos ácidos oléico e linoléico como majoritários. As frações polares foram analisadas por CLAE-DAD, tendo sido verificados espectros de UV característicos de flavonoides, os quais estão sob análise.
Conclusões
Novos ensaios de atividade antibacteriana precisam ser realizados para validar os resultados obtidos. E ainda, novas etapas para promover o isolamento e a identificação dos constituintes químicos que compõem as sub-frações bioativas.
Referências e Agradecimentos
1-LEWIS, M.T. et al. Diag. Microbiol. Infect. Dis. 37 (2000) 63-74. 2- ZAPPI, D. 2011. Tocoyena in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico RJ. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB014337.
FAPERJ, FUNEMAC, LaProN
ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DE METABÓLITOS MAJORITÁRIOS DE Stachytarpheta schottiana E Stachytarpheta crassifolia (Rich.) Vahl (Verbenaceae) DA RESTINGA DE JURUBATIBA.
Marta Correa Ramos Leal (PG)¹*, Tatiana Konno (PQ)2, Ivana Correa Ramos Leal (PQ)1, Gilberto Dolejal Zanetti (PQ)1, Michelle Frazão Muzitano (PQ)1. mcrleal@gmail.com. 1 LaProN – Laboratório de Produtos Naturais, Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Macaé.
Palavras-chave: Stachytarpheta schottiana; Stachytarpheta crassifolia, CLAE, fenilpropanoides
Introdução
O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba abriga um importante sítio de conhecimento biológico ainda a ser explorado do ponto de vista químico e farmacológico (1,2). As espécies Stachytarpheta schottiana e S. crassifolia são nativas dessa região e foram selecionadas para o presente estudo uma vez que apresentaram importante atividade cardiovascular em ensaios preliminares realizados por nosso grupo. Não existem descrições na literatura sobre os constituintes químicos e atividade biológica destas espécies, tendo já sido observado para o gênero atividades contra hipertensão, parasitoides, inflamação, ação antiúlcera e antinociceptiva (5). Este trabalho tem como objetivo uma análise comparativa dos extratos ativos de S. schottiana e S. crassifolia através da técnica de CLAE-DAD, com a finalidade de identificar e quantificar os constituintes químicos majoritários presentes em extratos obtidos em diferentes épocas do ano.
Materiais e Métodos
Partes aéreas de S. schottiana e S. crassifolia foram coletadas em Quissamã em janeiro e novembro de 2011 e, março de 2012. O material vegetal foi seco e pulverizado e posteriormente submetido a um processo de maceração com EtOH:H20 (70:30). A solução obtida foi concentrada em rota-evaporador e o extrato bruto obtido avaliado por CCD e revelado com diferentes reagentes específicos. Os extratos foram também avaliados por CLAE-DAD analítico utilizando um sistema gradiente compreendendo diferentes proporções de acetonitrila e água. O protocolo adotado iniciou com 10% de ACN finalizando com 100%, em 45 minutos.
Resultados e Discussão
A análise por Cromatografia em camada fina dos extratos indicou a presença de substâncias fenólicas quando utilizado NP-PEG sob UV como reagente específico. Comparando os diferentes extratos obtidos de S. schottiana e S. crassifolia por CLAE-DAD, observou-se 5 picos majoritários (com diferentes proporções) entre os tempos de retenção de 20 e 25 minutos. O espectro de UV de um dos picos do cromatograma, em comum para as 3 amostras avaliadas, mostrou os seguintes máximos de absorvância: 210, 217 e 331 nm. Estes dados sugerem a presença de um esqueleto compatível com o de fenilpropanoide(3). Neste grupo destaca-se o verbascosídeo, já isolado e identificado em espécies do mesmo gênero(4) e com espectro de UV bastante semelhante com a aquele observado em nossos estudos.
Conclusões
Nos extratos de S. schottiana e S. crassifolia observaram-se a presença de substâncias fenólicas como constituintes majoritários, tendo sido sugerida a presença do verbascosídeo, em diferentes concentrações, para as diferentes coletas. Em contrapartida, reforça-se a necessidade de que mais estudos, utilizando técnicas adicionais de separação cromatográfica, sejam realizados para que as substâncias sejam isoladas e em seguida identificadas.
Agradecimentos
FAPERJ, FUNEMAC
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1 ARAUJO DSD et al,1998.Comunidades Vegetais do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. Pp. 39-62. In: F.A. Esteves (ed.). Ecologia das lagoas costeiras do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e do Município de Macaé. Rio de Janeiro. UFRJ.2 PEREIRA MCA, et al, 2004. Acta Bot. Bras. 18(3): 677-687.3 SANTOS, PML et al; 2010. Rev. bras. farmacogn. 20(2): 147-153.4 JUDE E. OKOKON et al 2008. . Indian J Pharmacol. 40(3): 111–113. 5 GARCIA-GONZALES et al, 2002. Rev Cubana Plant Med; 7:100-103.
USO DO LÁTEX DO AVELOZ (Euphorbia tirucalli L) COMO ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE SELANTE PARA PNEUS.
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