Materiais e Métodos
A atividade antiviral da fração do extrato de folhas em acetato de etila de Croton floribundus cultivados sob condições naturais e in vitro foi avaliada frente ao HSV-1 e HSV-2 sensíveis e HSV-1 resistente ao aciclovir. Foram realizados testes de toxicidade utilizando o reagente de vermelho neutro e a avaliação morfológica de células VERO em sistema hospedeiro de ensaios in vitro.
Resultados e Discussão
A fração acetato de etila extraída de folhas de C. floribundus cultivados in vitro e sob condições naturais apresenta significativa atividade contra HSV1-R, HSV1-S e HSVII-S evidenciando percentagem de inibição (PI) maior do que 90%. As frações utilizadas exibem maior atividade sobre o HSV1 do que HSV2, independente do nível de resistência ao aciclovir, padrão semelhante ao demonstrado para flavonóides sintéticos[5].
As alterações morfológicas e as análises de viabilidade evidenciaram a baixa
toxicidade (CMNT>200µg/mL) para as frações acetato de etila testadas. No entanto, observou-se maior toxicidade na fração acetato de etila de plantas cultivadas in vitro quando comparados com C. floribundus coletados em Teresópolis. A presença de flavonóides, metabólitos secundários relacionados à atividade antiviral, foi evidenciada nas frações acetato de etila de C. floribundus pelas análises cromatográficas, assim como foi observado em frações de C. urucurana[6].
Conclusões
Os extratos de C. floribundus cultivados in vitro e sob condições naturais apresentam atividade antiviral, contra o vírus herpes vírus simplex humano tipo I e tipo II, sendo mais expressiva a percentagem de inibição viral sobre o HSV2.
Agradecimentos
CAPES e Marinha do Brasil
Referências bibliográficas
1- Lima, L.R. e Pirani, J.R. Revisão taxonômica de Croton sect. Lamprocroton (Müll. Arg.) Pax (Euphorbiaceae s.s.) Biota Neotrop. 8(2): 177-231, 2008.
2- Ubillas et al. SP-303, an antiviral oligomeric proanthocyanidin from the latex of Croton lechleri (sangre de drago). Phytomedicine 1:77-106, 1994.
3- Rosa, M.S.S.; Mendonça-Filho, R.R.; Bizzo, H.R.; Rodrigues,I.A.; Soares, R.M.A.; Souto-Padron, T.; Alviano, C.S.; Lopes,A.H.C.S. Antileishmanial Activity of a Linalool-Rich Essential Oil from Croton cajucara. Antimicrobial agents and chemotherapy.1895–1901, 2003.
4- El-Mekkawy, S.; Meselhy, R.; Nakamura, N.; Hattori, M.; Kawahata, T.; Otake, T. Anti-HIV-1 phorbol esters from the seeds of Croton tiglium. Phytochemistry 53: 457- 464, 2000.
5- Lyu, S.Y., Rhim, J.Y., Park, W.B. Antiherpetic activities of flavonoids against herpes simplex virus type 1 (HSV-1) and type 2 (HSV-2) in vitro. Arch Pharm Res 28: 1293–130. 2005.
6- Yunes, R.A.; Pedrosa, R.C.; Cechinel-Filho, V. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Quim. Nova, 24 (1) 147-152, 2001.
"A Utilização de Plantas Medicinais como Ferramenta para o Ensino de Ciências”
Hannah C. T. Domingos* (IC)1, Isabella B. Moura (IC)1, Talita Shewry de Medeiros Rocha (IC)¹, Florence de F. Brasil Vianna (PQ)2 e Ana Maria Landeira Fernandez (PQ)1
*hannahctd@gmail.com
1 Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Endereço.
Palavras-chave: educação ambiental, metodologia de ensino, horta medicinal, medicina popular
Introdução
As plantas medicinais são uma rica fonte de substâncias químicas a serem exploradas terapeuticamente, podendo servir ainda como uma forma alternativa de medicação. O objetivo desse projeto consiste em ampliar e despertar o conhecimento científico de discentes e docentes da Escola Municipal Comandante Guilherme Fisher Presse (EMCGFP) em Tubiacanga, na Ilha do Governador (RJ), através da implantação de um horto medicinal e orgânico na escola. Além disso, o projeto aborda a importância de se conservar o ambiente e visa motivar o aluno a relacionar o saber popular com o saber científico.
Materiais e Métodos
Primeiramente, foi feito um questionário com os alunos do 4° e 5° ano sobre o conhecimento de plantas medicinais. Em seguida realizou-se o processo da compostagem da terra juntamente com os alunos, que mais adiante escolheriam as mudas das plantas medicinais a serem plantadas. As etapas seguintes do projeto consistem em realizar oficinas de sementes e de novas mudas de plantas medicinais. Além disso, está prevista a realização de um minicurso de plantas medicinais, onde serão propostos diferentes experimentos para os alunos e professores da escola.
Resultados e Discussão
As respostas foram bastante similares em ambas as séries. Curiosamente, a maioria dos alunos afirmou conhecer apenas a babosa como planta medicinal, mas quando perguntamos quais plantas gostariam de plantar eles citaram o boldo (50%), o hortelã (25%) e outras (25%), como camomila e erva-doce (Figura 2).
Quando os mesmos foram indagados quanto a sua opinião sobre a horta e o interesse em participar da sua montagem a grande maioria achou a idéia muito boa (80%) e 100% apresentava interesse em participar. Tais resultados demonstraram que a atividade proposta era promissora e que havia um campo fértil para o trabalho, uma vez que cativara os alunos.
Figura 1- Alunos da EMCGFP, após o processo de compostagem
Figura 2- Respostas dos alunos do 5º ano sobre o conhecimento das Plantas Medicinais.
Figura 3- Opinião (A) e interesse (B) na participação da montagem da Horta Medicinal na escola
Conclusões
Sendo assim, o objetivo geral do projeto fica contemplado ao servir de ferramenta para o ensino dos estudantes e, quem sabe, até para inspirar novas idéias para melhorar o ensino-aprendizagem nas Escolas Municipais.
LORENZI, H. e MATOS, F.J.A.: Plantas Medicinais no Brasil. Plantarum, Odessa: São Paulo, 2ª ed, 2002.; LORENZI, H.: Árvores Brasileiras. Plantarum, Odessa:São Paulo,1992; LAMEIRA, O.A.; PINTO, J.E.B.P: Plantas Medicinais: do cultivo, manipulação e uso à recomendação popular. Embrapa: São Paulo, 2008.
ANTRAQUINONAS ISOLADAS DE Picramnia ramiflora POR CROMATOGRAFIA CONTRACORRENTE DE ALTA EFICIÊNCIA.
Marina Meirelles Paes (PG)¹*, Maria Raquel Garcia Vega (PQ)¹, Ivo José Curcino Vieira (PQ)1, Raimundo Braz-Filho (PQ)¹. E-mail: marinameirelles@ymail.com
1Setor de Química de Produtos Naturais – Laboratório de Ciências Químicas, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Avenida Alberto Lamego 2000, 28013-602, Campos, RJ.
Palavras-chave: Picramniaceae, Picramnia ramiflora, antraquinonas, cromatografia contracorrente.
Introdução
A família Picramniaceae, é constituída dos gêneros Picramnia e Alvaradoa1. O gênero Picramnia é constituído por aproximadamente 89 espécies na América Tropical, no Brasil está representado por 19 espécies, 12 delas endêmicas.. A química de espécies deste gênero destaca-se pela presença de antraquinonas, que é proposta como marcador quimiotaxonômico do gênero.
A técnica cromatografia contracorrente (CCC) utilizada é um método excelente de separação e eficiente principalmente para substâncias muito polares em análises de produtos naturais.
Assim, este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo quimiossistemático da família Picramniaceae através do isolamento e identificação estrutural dos constituintes químicos de P. ramiflora espécie endêmica do Brasil.
Materiais e Métodos
O material vegetal, constituído de caule de Picramnia ramiflora, foi coletado em abril de 2010, na Reserva da Cia Vale do Rio Doce, Linhares, E.S. O material foi seco ao ar livre e submetido a extrações a frio com metanol. A solução obtida concentrada com evaporador rotatório. O extrato metanólico foi submetido a uma partição líquido-líquido com solventes imiscíveis. A fração em acetato de etila foi submetida à cromatografia contracorrente de alta eficiência. Para escolha do sistema de solventes adequado vários sistemas foram testados. Após as análises, o sistema escolhido foi hexano:acetato de etila:metanol:água (1:2:2:1), o qual apresentou melhor solubilidade dos componentes da amostra em ambas as fases. Após a eluição durante 240 min, 480 mL da fase móvel foram coletadas em 120 frações. As frações obtidas foram reveladas em solução de KOH em metanol 10% (revelador específico de antraquinonas). As propostas estruturais para as substâncias isoladas foram baseadas em técnicas espectroscópicas principalmente de RMN de 1H e 13C 1 e 2 D, 1H-1H-COSY, HMQC, HMBC e CG-EM, e por comparação com dados descritos na literatura.
Resultados e Discussão
Através desta técnica foi possível purificar três antraquinonas, sendo uma delas inédita na literatura. A fração PGA 8 (t= 15,6 min.) apresentou 5 mg da antraquinona hidroxiemodina, a fração PGA 11 (t= 26,6 min.) apresentou 6 mg da antraquinona sulfatada (inédito) e a fração PGA 45 (t= 108,8 min.) apresentou 5,4 mg da antraquinona emodina. Um sumário com as estruturas dos compostos isolados é apresentado na Tabela 1.
Figura 1. Antraquinonas identificadas do caule de Picramnia ramiflora.
SUBSTÂNCIAS
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R1
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R2
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R3
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R4
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Emodina
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OH
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CH3
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H
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OH
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Hidroxiemodina
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OH
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CH2OH
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H
|
OH
|
Antraquinona Sulfatada
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KSO3O
|
OH
|
H
|
OH
|
Conclusões
A técnica de cromatografia contracorrente mostrou-se eficiente para o isolamento de antraquinonas. A presença desta classe de compostos confirma o posicionamento taxonômico da mesma, considerando que, das 27 espécies estudadas até o momento, apenas em 1 não foi detectada antraquinona. Desta forma, o presente trabalho contribui para a quimiotaxonomia deste gênero.
Agradecimentos
UENF/CAPES/CNPq
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1Fernando, E.S.; & Quinn, C.J. Picramniaceae, a new family, and recircumscription of Simaroubaceae. Taxon, 44:177-181, 1995. 2 Jacobs, H. Comparative phytochemistry of Picramnia and Alvaradoa, genera of the newly established family Picramniaceae. Biochemical Systematic and Ecology, 31:773-783, 2003.3 Ito, Y. Recent advances in countercurrent chromatography. J. Chromatogr. A. 538:3-25, 1991.
MECANISMO DA AÇÃO VASODILATADORA DO EXTRATO ETANÓLICO DE Kielmeyera membranacea Casar.
Letícia Lima Dias Moreira Ferreira (PG)1*, Bruno Meirelles Paes (IC)1, Paula Borges de Negreiros e Souza (IC)1, Tatiana Ungaretti Paleo Konno (PQ)2, Ivana Correa Ramos Leal (PQ)3, Michelle Frazão Muzitano (PQ)3, Juliana Montani Raimundo (PG)1. lldmf@hotmail.com
1 Laboratório Integrado de Pesquisa, Campus UFRJ-Macaé. Rua Aloísio da Silva Gomes, 50. Granja dos Cavaleiros, Macaé, RJ.
2.Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé, Campus UFRJ-Macaé. Av. São José do Barreto, 764. Barreto, Macaé, RJ.
3.Laboratório de Produtos Naturais, Campus UFRJ-Macaé. Rua Alcides da Conceição, 159. Novo Cavaleiros, Macaé, RJ.
Palavras-chave: Kielmeyera membranacea Casar., hipertensão arterial, vasodilatação, óxido nítrico
Introdução
As doenças cardiovasculares são mundialmente responsáveis por mais de 16 milhões de óbitos anuais1, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a mais prevalente e o maior fator de risco para doenças cerebrovasculares2. O uso de vasodilatadores permite o controle da HAS ao promover relaxamento da musculatura lisa vascular, cujo tônus é regulado por diversos fatores derivados do endotélio vascular3.
O objetivo do estudo foi investigar o mecanismo de ação do efeito vasodilatador do extrato etanólico de folhas de Kielmeyera membranacea Casar.
Materiais e Métodos
Material vegetal: O extrato de Kielmeyera membranacea Casar. (CLUSIACEAE) foi gentilmente cedido pelo Laboratório de Produtos Naturais.
Registro de tensão isométrica de aorta: Foram utilizados anéis de aorta (5mm) isolados de ratos Wistar machos (250-280 g). Os tecidos foram posicionados em cubas verticais preenchidas com solução Tyrode modificada e continuamente oxigenada com mistura carbogênica (95% O2 / 5% CO2), à 37ºC. A contratura do músculo liso vascular foi induzida com 10 µM de fenilefrina, seguida da exposição a concentrações cumulativas do extrato (1 a 300 µg/mL).
Os procedimentos foram aprovados pelo CEUA-CCS-UFRJ.
Investigação do mecanismo de ação do efeito vasodilatador: A atividade vascular do extrato foi avaliada em anéis com e sem endotélio. Anéis com endotélio foram pré-tratados por 15 minutos com NG-nitro-L-arginine methyl ester (L-NAME, 100 µM), inibidor da óxido nítrico (NO) sintase, ou 1H-[1,2,4]Oxadiazolo[4,3-a]quinoxalin-1-one (ODQ, 10 µM), inibidor da guanilato ciclase solúvel4.
Resultados e Discussão
O extrato de Kielmeyera membranacea Casar. provocou relaxamento de forma concentração-dependente em anéis de aorta com endotélio pré contraídos com fenilefrina. Na concentração de 3 µg/mL o extrato induziu relaxamento de 31,63 ± 3,91% (P<0,05, n=6), atingindo-se o relaxamento máximo de 70,49 ± 7,99 % na concentração de 30 µg/mL (P<0,05, n=6).
A remoção do endotélio inibiu completamente o efeito vasodilatador do extrato. Resultados semelhantes foram observados em aortas com endotélio pré-tratadas com L-NAME e ODQ, indicando a participação da via NO/GMPc (monofosfato cíclico de guanosina) na ação relaxante do extrato de Kielmeyera membranacea Casar.
Conclusões
O extrato de Kielmeyera membranacea Casar. provoca intenso relaxamento vascular dependente do endotélio, cujo mecanismo envolve a produção de NO e GMPc.
Agradecimentos
FAPERJ, FUNEMAC, UFRJ/PIBEX
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¹ Teixeira, M. M., et al. Rev. Eferm. UFPE on line 4 (spe): 1957-964, 2010.
² Lessa, I. Cad. Saúde Pública 26(8): 1470-1471, 2010.
3 Hoffman, B. B. Rio de Janeiro, Mc Graw Hill, 11ed, 2007: 757-778p.
4 Raimundo, J. M., et al. Eur. J. Pharmacol. 530: 117-123, 2006.
Estudo Químico e Farmacológico da Fração Acetato de etila das Folhas de Croton antisyphiliticus Mart (Pé de Perdiz).
Rafael Pires Moreira (IC)1, Jéssica Azevedo de Moraes (IC)1*, Eliane Augusto Ndiaye (PQ)1, jessica_20moraes@hotmail.com, elianeas@hotmail.com
1 Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais- NIQEFARMA, Universidade Federal de Mato Grosso,Rodovia MT-100, Km 3,5. Pontal do Araguaia-Mato Grosso
Palavras Chave: Croton antisyphiliticus; fração acetato de etila; atividade cicatrizante; taninos.
Introdução
A espécie Croton antisyphiliticus Mart, é carente de pesquisas científicas, é conhecida como pé de perdiz, suas folhas são utilizadas na medicina popular como anti-inflamatória, e no tratamento de feridas e úlceras gástricas. O fato da população da região do Araguaia utilizar a espécie C. antisyphiliticus Mart, (pé de perdiz), para essa atividade, sem nenhuma comprovação científica, levou-nos a avaliar o seu potencial cicatrizante.
Materiais e Métodos
Frente à atividade do extrato bruto, a pesquisa foi direcionada para avaliações de porções menores ou frações, possibilitando assim um direcionamento das características físico-químicas das substâncias ativas contidas na espécie de Croton. O estudo da atividade cicatrizante seguiu o protocolo1, para o teste utilizou-se 90 ratos Wistar machos. Foi realizado uma lesão circular de 2cm de diâmetro no dorso. Os animais foram divididos em 5 grupos distintos: grupo controle NaCl 0,9% (GC), grupo extrato bruto etanólico (GEBE) grupo fração Hexânica (GFH), grupo fração diclorometânica (GFD), e grupo fração acetado de etila (GFAE). Os grupos foram distribuídos em subgrupos para avaliação das feridas nos períodos 7, 14 e 21 dias pós-operatório. Durante o período do experimento eram aplicados 0,2mL do extrato bruto e suas frações topicamente nas feridas. Posteriormente análises da medida das feridas utilizando o programa Auto Cad. Foram realizadas análises estatísticas (ANOVA e Tuckey). O nível de significância (p) utilizado para rejeitar a hipótese da nulidade foi de 0,01.
Resultados e Discussão
Dentre as frações, a que se mostrou mais ativa foi o GFAE. No 7° dia o GFAE apresentou 84,89% de diminuição da área
da ferida contra 71,24% do GEBE e 58,68% do GC, mostrando ser mais ativo que o GEBE e o GC. No 14° não houve diferença significativa entre o GFAE (97,64%) e o GEBE (97,82%). Quimicamente, as espécies de Croton apresentaram um perfil diversificado em seus metabólitos secundários, compatível com a família Euphorbiaceae. Como taninos2 foram detectados na fração acetado de etila (GFAE), possivelmente eles sejam os responsáveis pelo aceleramento da cicatrização. Estudos químicos mais aprofundados levou-nos a concluir que estes taninos encontrados em FAE são taninos condensados e cuja estrutura encontra-se em fase de identificação. Quanto ao mecanismo de ação cicatrizante, estes compostos estão agindo, provavelmente de duas formas: complexando com proteínas no local da ferida e formando uma capa protetora, e através de sua ação antimicrobiana3.
Conclusões
Com relação às abordagens efetuadas, a existência de taninos, abundantes nesses vegetais, é relevante e certamente coloca-os dentre as mais promissoras fontes de estudos fitoquímicos e farmacológicos na flora brasileira. Certamente, à medida que estes taninos forem isolados e suas estruturas esclarecidas, novos horizontes surgirão e mais estudos envolvendo novas técnicas para avaliar as moléculas bioativas nessa fração.
Agradecimentos
NIQEFARMA/CNPq/FAPEMAT/UFMT
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1 MARTINS, N. L. P. et al. Análise Comparativa da Cicatrização da pele com o uso intraperitoneal de extrato aquoso de Orbignya phalerata (babaçu). Estudo controlado em ratos. Acta Cirúr. Bras. 2006, 21-66 p.
2 MATOS, F. J. A. Introdução á Fitoquímica Experimental. 1997, 141p.
3 KUMAR, R.; SINGH, M. Tannins: their adverse role in ruminant nutrition. J. of Agricul. and Food Chem. 1984, 447p.
ANÁLISE HISTOQUÍMICA DA ESPÉCIE Pontederia rotundifolia L.
Mayara A. da T. Silva (IC)¹*, Simone Midori Kitagawa (PG)2, Alessandra L. Valverde (PQ)1, Selma R. de Paiva (PQ)2, Ana Joffily (PQ)2. mayaraats@id.uff.br
1 LaProMar - Instituto de Química – UFF.;
2 Laboratório de Botânica – Instituto de Biologia – UFF
Palavras-chave: planta aquática, alcaloides, histoquímica.
Introdução
Estudos histoquímicos em plantas com propriedades medicinais são de grande valia para uma avaliação preliminar das classes de substâncias interessantes, além de se identificar em quais tecidos ou células essas são produzidas e/ou armazenadas1. Preferencialmente, os testes histoquímicos são feitos com material fresco, para garantir que as substâncias de interesse não sejam perdidas. Mas a dificuldade de coleta e transporte do material até o laboratório, muitas vezes obriga os pesquisadores a trabalharem com material fixado. Pontederia rotundifolia L. é uma planta aquática pertencente à família Pontideraceae que apresenta alcaloides em sua composição química2. Este trabalho teve por objetivo avaliar durante quanto tempo o teste histoquímico para alcaloides seria eficaz em um espécime de Pontederia rotundifolia L. devidamente fixado.
Materiais e Métodos
Folhas de P. rotundifolia foram coletadas e antes de fixá-las em álcool 70%, foram seccionadas à mão-livre na região do pecíolo. Alguns cortes foram corados com reagente de Dragendorff e visualizados ao microscópio óptico, comparando-os com cortes controle, que não receberam nenhum tipo de tratamento. Essa metodologia foi repetida em seis dias seguintes, não consecutivos, utilizando-se o mesmo material fixado, para fins de comparação.
Resultados e Discussão
No primeiro dia, quando foi utilizado o material fresco, o teste com Dragendorff mostrou-se satisfatório, reagindo bem com as células corticais do pecíolo, do diafragma parenquimático e do feixe vascular. No dia dois do experimento, os resultados se mostraram semelhantes. Todavia, no dia três, algumas células do diafragma e do feixe vascular começaram a se mostrar escurecidas, nos cortes controle, possivelmente, reagindo com a solução fixadora. Já no dia seis, além do fato citado anteriormente, percebeu-se que as células clorofiladas se apresentavam em tom marrom escuro, não mostrando mais o usual verde. Como a cor marrom é o indicativo de presença de alcaloides com o uso do reagente de Dragendorff, esse escurecimento no controle se confunde com a reação. Entretanto, é perceptível que até esse momento, mesmo com células se mostrando amarronzadas no controle, a reação com Dragendorff é positiva apresentando uma coloração mais intensa, sendo ainda possível identificar as células que apresentam alcalóides.
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