Danielle Lugato (PG) 1*, Juliana Portella (IC) 1, Mariela Simão (IC) 2, Elisabeth Mansur (PQ) 1, Georgia Pacheco (PQ) 1 E-mail: georgiappacheco@gmail.com
1 Núcleo de Biotecnologia Vegetal - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), CEP: 20550-013, Rio de Janeiro, RJ.
2 Universidade Federal do Espírito Santo
Palavras-chave: Passiflora, Antioxidante, DPPH.
Introdução
Passiflora alata, conhecida como maracujá doce, é uma espécie tropical com grande valor medicinal presente na farmacopéia brasileira1 e utilizada como ansiolítico, sedativo, diurético e analgésico. Além disso, a espécie produz substâncias fenólicas com potencial antioxidante que são utilizadas na prevenção de várias doenças cardiovasculares e neurodegenerativas2. O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes métodos para extração de subtâncias antioxidantes em P. alata, que possam ser utilizadas em estudos fitoquímicos.
Materiais e Métodos
Folhas de plantas mantidas em telado foram fragmentadas em moinho. Para a obtenção dos extratos, foram avaliados os seguintes parâmetros: proporção etanol:água (100, 80, 60, 40 e 20%), tempo de contato entre o solvente e o tecido (2, 5, 15, 30, 60, 120 e 240 minutos), proporção de solvente:tecido (10, 20, 30 e 40 mL de solvente por grama de material seco), número de estágios de extração (1, 2, 3 e 4 lavagens) e tipo de maceração (moinho ou moinho + pistilo). Os extratos obtidos após os diferentes procedimentos foram filtrados em papel de filtro e concentrados em rotaevaporador, sendo em seguida ressuspensos em metanol 100%. A determinação do potencial antioxidante foi realizada pela metodologia de redução do radical DPPH (2,2-Difenil 1,Picrilhidrazila) 3. O percentual de inibição sobre os radicais DPPH pelas amostras testadas foi calculado pela redução do radical em 50% (CE50).
Resultados e Discussão
O efeito da porcentagem do solvente em água e o tempo de extração foram fatores que influenciaram significativamente o potencial antioxidante do material. Extratos com maior proporção etanol:água (80 e 100% de etanol) apresentaram maior capacidade de redução do DPPH (EC50= 5,82 e 5,20g L -1, respectivamente). O período de 15 minutos de contato do material vegetal com o solvente resultou em extratos com maior capacidade antioxidante (EC50 = 3,65 g L -1). Por outro lado, a proporção de solvente, o número de lavagens e o tipo de maceração não afetaram essa capacidade. Em contrapartida, o rendimento dos extratos foi influenciado pela maioria dos parâmetros testados, sendo o maior rendimento obtido em 60% etanol:água (22,27%), por um período de 240 minutos (15,32%), utilizando-se 40mL/g de tecido (27,77%) e 4 lavagens (22,62%). O tipo de maceração não influenciou o rendimento.
Conclusões
Os resultados mostraram que a extração de substâncias antioxidantes de P.alata é mais eficiente quando efetuada em 80% de etanol em água, por um período de 15 minutos com 10 mL de solvente por grama de material seco triturado em moinho.
Agradecimentos
CAPES, CNPQ e FAPERJ.
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¹ Farmacopéia Brasileira. 3 ed. Andrei; São Paulo,1997.
² Petry, C.A; Reginatto, F.; De-Paris, F.; Gosmann, V.; Salgueiro, J.B.; Quevedo, J.; Kapczinski, F.; Ortega, G.G.; Schenkel, E.P. Comparative pharmacological study of hidroetanol extracts of Passiflora alata and Passiflora edulis Leaves. Phytotherapy Research, v. 15, 2001, 162-164p.
3 Brand-Williams, W.; Cuvelier, M.E e Berset, C. Use of a free radical method to evaluate antioxidant activity. Food Science and Technology, v.28, 1995, p.25-30.
ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIMES DE AROEIRA POR CLAE-UV E DE SUA ATIVIDADE NA SERCA
Talita S. de Medeiros Rocha1,2,3* (IC), Luiza M. de Magalhães Camargo2 (PG), Sônia S. Costa2 (PQ) e Ana M. Landeira Fernandez3 (PQ) *talitashewry@yahoo.com.br
1Ciências Biológicas, UFRJ; 2Laboratório de Produtos Naturais Bioativos (LPN-Bio), NPPN, UFRJ; 3Instituto de Bioquímica Medica/CCS/UFRJ
Palavras Chave: aroeira, Schinus terebinthifolius, SERCA, fenólicos, CLAE
Introdução
Schinus terebinthifolius Raddi conhecida como aroeira é amplamente utilizadas na medicina popular brasileira, atribuindo-lhe propriedades antialérgico, antifúngica, dentre outras1. Este trabalho visa isolar, identificar e avaliar o efeito dos flavonoides presentes em aroeira na atividade da Ca2+-ATPase de músculo esquelético. Essa enzima possui um papel central na manutenção dos baixos níveis de cálcio livre no citoplasma. Relatos da bibliografia mostram que a Ca2+-ATPase de SERCA ( retículo sarcoendoplasmático ) é inibida por diferentes flavonoides, incluindo a quercetina e a 3,6-di-hidroxiflavona2
Além disso, o trabalho tem objetivo de analisar o perfil de substâncias fenólicas de dois espécimes de aroeira, um adulto e um jovem, por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada ao Ultravioleta (CLAE-UV).
Materiais e Métodos
Folhas frescas totalmente expandidas de espécimes adulto (A) e jovem (J) de aroeira foram coletadas na Barra da Tijuca e submetidas separadamente à extração por decocção 10% p/v, originando os extratos A (EA) e J (EJ). Essas mesmas amostras foram analisados por CLAE-UV (10 mg/ml), com fase móvel variando em gradiente linear. Os espectros de UV foram adquiridos na escala 200 - 400 nm. A similaridade entre os perfis de substâncias fenólicas de EA e EJ foi avaliada através da comparação dos tempos de retenção (tR) dos picos cromatográficos e de seus espectros de absorção. Em seguida foram isoladas vesículas derivadas do retículo sarcoplasmatico de músculo esquelético de coelho foram isoladas e a hidrólise de ATP foi medida pelo método colorimétrico3.
Resultados e Discussão
Concentrações crescentes do extrato aquoso das folhas de aroeira foram capazes de inibir a atividade de hidrólise de ATP catalisada pela SERCA, com um IC50=7,0µg/ml±0,5(n=3).
Pelos cromatogramas, observamos a predominância de derivados de ácido hidroxibenzóico (tR 14,9 min; λmáx 234, 290 nm; tR 24,8 min; λmáx 236, 294 nm) nos extratos, dentre eles um que se apresenta como majoritário (tR 14,9 min) e é encontrada em EA (17,6 %) e EJ (15,3%). Também foi possível identificara presença de um flavonóide ((tR 31,5 min; λmáx 228, 280, 363 nm).Esses compostos serão isolados e testados individualmente na SERCA.
Figura 1: Porcentagem da atividade de Ca2+ATPase de músculo esquelético na presença de concentrações crescentes do extrato aquoso das folhas de Aroeira. Efeito do KCl, Valores retirados da Fig.2. 100% da atividade representa: 1,057 µg/ml, na presença de KCl e 0,947 µg/ml, controle
Figura 2: Cromatogramas de EA e EJ (254 nm).
Conclusões
O extrato de aroeira é capaz de inibir mesmo que parcialmente a ação da Ca+2-ATPase. A análise qualitativa do perfil de substâncias fenólicas dos espécimes adultos (A) e jovem (J) de S. terebinthifolius permitiu a identificação de derivado de ácido hidroxibenzóico como o componente majoritário de ambas as plantas.
Agradecimentos
PIBIC/CNPq.
Referências Bibliográficas:
1El-Massry KF, El-Ghorab AH, Shaaban HA, Shibamoto T. J Agric Food Chem, 2009, 57(12):5265-70.
2 Ogunbayo, et al, IUBMB Life. 60, 853, 2008
3 Fiske et al, J Biol Chem 66, 375, 1925
ESTUDO FITOQUÍMICO E BIOLÓGICO DA ESPÉCIE Xylopia ochrantha (Mart.)
Ricardo Diego Duarte Galhardo de Albuquerque (PG*), Mariana Souza Rocha (IC), Suellen Gomes Castro (IC), Leandro Rocha (CO), Thelma de Barros Machado (OR). ricardo-diego-cf@hotmail.com
Laboratório de Tecnologia em Produtos Naturais (LTPN), Faculdade de Farmácia, Universidade Federal Fluminense. Rua Mario Viana, 583, Santa Rosa, Niterói.
Palavras-chave: Xylopia ochranta, Annonaceae.
Introdução
A espécie Xylopia ochrantha (Annonaceae), popularmente conhecida como “imbiú-prego”, é utilizada pela população local para a fabricação de cabos de ferramenta, se encontrando presente no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. As espécies mais amplamente estudadas do gênero, dentre elas X.aethiopica, X.parviflora e X.brasiliensis, apresentam-se na literatura científica como possuindo diversas classes de substâncias, como esteroides, saponinas, taninos, além de terpenos, alcaloides e acetogeninas. Muitas dessas substâncias demonstraram ser responsáveis por diferentes atividades farmacológicas tais como, propriedades analgésica, antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica, sedativa, antiparasitária e antitumoral. O objetivo desse trabalho é o estudo fitoquímico e bioguiado da espécie Xylopia ochrantha (Mart.) visando contribuir para o conhecimento quimiotaxonômico e biológico do gênero.
Materiais e Métodos
Folhas de X. ochrantha foram coletados na Restinga de Jurubatiba (RJ) em 27 de outubro de 2010. As mesmas foram submetidas a processo de secagem, trituração e extração por maceração à frio em etanol, durante um período de 15 dias, com agitação diária. Posteriormente, os extratos obtidos foram filtrados e concentrados para obtenção dos extratos brutos de folhas. Parte do extrato foi submetido a partição líquido-líquido com solventes de polaridade crescente (hexano, diclorometano, acetato de etila e n-butanol). As partições obtidas foram submetidas a processo isolamento, utilizando métodos cromatográficos usuais. O extrato bruto foi utilizado no teste de Viabilidade Celular utilizando MTT e Cristal Violeta, realizado em células tumorais hipofisárias humanas ATT20.
Na verificação da atividade antioxidante das partições obtidas do extrato bruto, utilizou-se o método ORAC, que é baseado na reação de oxidação da fluoresceína, medindo-se a fluorescência em um fluorímetro FluoStar Optima. O resultado é expresso como valor de Equivalente Trolox (TE), comparando o potencial antioxidante da amostra com o do padrão (Trolox).
Resultados e Discussão
O extrato bruto obtido das folhas de Xylopia ochrantha apresentou um rendimento de 5,343% (24,58g) de um total de 460g. Os extratos hexânico e diclorometânico foram submetidos a fracionamento por cromatografia em coluna de sílica gel. Os resultados preliminares, obtidos através de realização de cromatografia em camada fina e uso de soluções reveladoras específicas, demonstraram a presença de ácidos graxos, terpenoides, cumarinas, flavonoides, saponinas e alcaloides como principais classes de substâncias. As primeiras substâncias isoladas encontram-se em fase de identificação estrutural.
Os experimentos realizados no teste de viabilidade celular em células tumorais hipofisiárias humanas, em diferentes concentrações dos extratos etanólicos brutos de Xylopia ochrantha, apresentaram uma diminuição significativa da proliferação celular. Na avaliação da atividade antioxidante, o extrato hexânico e o resíduo aquoso apresentaram um valor de 0,44 mmolTE/g e 1,15 mmolTE/g, respectivamente, o que demonstra a importância, principalmente do último, como uma potencial fonte de substâncias antioxidantes.
Conclusões
O estudo de investigação química e biológica de folhas de X. ochrantha demonstrou aspectos promissores quanto a esta espécie, como a inibição da proliferação de células tumorais e a presença de classes de substâncias com propriedades farmacológicas bem descritas na literatura científica, como terpenoides e cumarinas, além de apresentar resultados significantes na avaliação das atividades antioxidante e citotóxica.
Agradecimentos
PET-MEC, CNPQ, Faperj, Proppi, PG-CAPS
OTIMIZAÇÃO DA EXTRAÇÃO DA QUINONA 7-- hidroxiroileanona DO EXTRATO DE FOLHAS DE Tetradenia ripaia
Jônatas V. Milato (IC)¹*, Fabiana de S. Figueiredo (PG)¹, Raphael S. F. Silva (PQ)2, Gilda G. Leitão (PQ)1 fabiana.farmacia@gmail.com
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais, 21941-590, Rio de Janeiro, Brasil.
2 Instituto Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Palavras-chave: Tetradenia riparia; quinona; extração.
Introdução
Tetradenia riparia (Hochst) Codd. (Lamiaceae), um arbusto de origem africana usado na medicina tradicional no tratamento da malária, problemas respiratórios, entre outros, é encontrado no Brasil em feiras livres para fins religiosos. Um de seus metabólitos secundários o diterpeno 7-- hidroxiroileanona, uma benzoquinona, que poderá ser utilizada como material de partida para a síntese de substâncias heterocíclicas para avaliação de atividade biológica. Naturalmente o sucesso do projeto depende de um processo de extração eficiente da benzoquinona, objeto de nosso estudo.1,2,3
Materiais e Métodos
Ao extrato diclorometânico (6,1904g) obtido por maceração é adicionada uma solução aquosa de Na2CO3 a 10%. A solução vermelha obtida foi neutralizada com HCl concentrado. Este procedimento é realizado até o desaparecimento da coloração avermelhada da solução. Em seguida é realizada uma extração com acetato de etila.
O controle do pH durante a neutralização foi realizado através de fita indicadora universal de pH, sendo o monitoramento da extração por cromatografia em camada delgada (CCD), o grau de pureza por cromatografia em fase gasosa (CG) e a elucidação estrutural por experimentos de RMN.
Resultados e Discussão
O procedimento utilizado foi baseado na extração do lapachol, uma naftoquinona natural isolada de espécies de Tabebbuia.4 A reação entre a solução básica e a quinona forneceu o sal sódico correspondente que gerou a coloração avermelhada da solução. A posterior neutralização fornece a quinona, que após extração e evaporação é obtida como um sólido amarelo em rendimento bruto de de 3%.
Análise da amostra por cromatografia com fase gasosa (CG) indicou pureza de 78,87%. Análise por RMN (APT, HSQC, 1H) da amostra confirmou a estrutura da substância majoritária como a 7--hidroxiroileanona. Após purificação por Cromatografia Contracorrente, o rendimento final de extração ficou em 1%.
Figura 1. 7-- hidroxiroileanona
Conclusões
A extração ácido-base a partir do extrato diclorometânico das folhas de T. riparia mostrou-se eficiente permitindo a padronização da obtenção do diterpeno 7-- hidroxiroileanona e a continuação das pesquisas.
Agradecimentos
A FAPERJ pelo suporte financeiro.
1GAIROLA, S.; et al. Flora, 204, p. 325-330, 2009.
2LEITÃO, F.; et al. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 19(1B), p. 333-342, 2009
3VAN PUYVELDE, L.; et al. Phytotherapy Research, v. 8, p. 65-69, 1994
4FERREIRA, L. G. Revista Brasileira de Farmácia, n. 5/6, p. 153-156, 1975
ATIVIDADE VASODILATADORA DE EXTRATOS DE ESPÉCIES DE PLANTAS OCORRENTES NO NORTE FLUMINENSE
Bruno Meirelles Paes (IC)1*, Paula Borges de Negreiros e Souza (IC)1, Letícia Lima Dias Moreira Ferreira (PG)1, Tatiana Ungaretti Paleo Konno (PQ)2, Ivana Correa Ramos Leal (PQ)3, Michelle Frazão Muzitano (PQ)3, Juliana Montani Raimundo (PQ)1. scorpionbruno81@hotmail.com
1 Laboratório Integrado de Pesquisa, Campus UFRJ-Macaé. Rua Aloísio da Silva Gomes, 50. Granja dos Cavaleiros, Macaé, RJ.
2 Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé, Campus UFRJ-Macaé. Av. São José do Barreto, 764. Barreto, Macaé, RJ.
3 Laboratório de Produtos Naturais, Campus UFRJ-Macaé. Rua Alcides da Conceição, 159. Novo Cavaleiros, Macaé, RJ.
Palavras-chave: plantas; extratos; vasodilatação, Norte Fluminense.
Introdução
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a mais prevalente doença vascular no mundo e o principal fator de risco para doenças cerebrovasculares, principal causa de morte no Brasil1. O uso de plantas medicinais é uma prática milenar e as plantas são uma fonte tradicional de novas moléculas2. O Norte Fluminense é uma região de grande biodiversidade, onde está localizado o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PNRJ). Portanto, o objetivo deste trabalho é investigar o efeito de extratos de plantas presentes no PNRJ no músculo liso vascular, a fim de se identificar espécies com interessante perfil vasodilatador.
Materiais e Métodos
Os extratos etanólicos de folhas das espécies T. guianensis, M. moricandiana, P. asteria, K. membranacea, P. mucronata, V. polygama, O. notata e total de S. schottiana foram gentilmente cedidos pelo Laboratório de Produtos Naturais.
Aortas isoladas de ratos Wistar machos (250-280 g) foram preparadas para registro de tensão isométrica. Os anéis de aorta foram posicionados em cubas experimentais preenchidas com solução nutridora, oxigenada a 37 0,5 oC. As preparações foram contraídas com 10M de fenilefrina e expostas a concentrações cumulativas dos extratos (1 a 300 g/ml). Foram utilizados anéis com endotélio. Este foi considerado íntegro quando o relaxamento induzido por acetilcolina (10M) foi superior a 80%.
Todos os protocolos experimentais foram aprovados pelo CEUA/CCS-UFRJ.
Resultados e Discussão
Os extratos de K. membranacea, V. polygama, T. guianensis, M. moricandiana e S. Schottiana provocaram importante relaxamento do músculo liso vascular, de forma dependente da concentração. A concentração de cada extrato necessária para inibir a contratura induzida pela fenilefrina em 50% (CI50) está apresentada na tabela abaixo.
Espécie
|
CI50 (µg/ml)
|
K. membranacea
|
3,42 ± 0,33*
|
V. polygama
|
236,00 ± 27,63
|
T. guianensis
|
1,01 ± 0,12*
|
M. moricandiana
|
0,90 ± 0,07*
|
S. schottiana
|
269, 30 ± 10,80
|
P. asteria
|
ND
|
P. mucronata
|
ND
|
O. notata
|
ND
|
ND= não determinada (relaxamento inferior a 50%). *P<0,05 comparado a V. polygama e S. schottiana; n=5-6 experimentos.
Conclusões
Os extratos de K. membranacea, T. guianensis e M. moricandiana provocam intenso relaxamento do músculo liso vascular e de forma equipotente.
Agradecimentos
FAPERJ, FUNEMAC, UFRJ/PIBEX
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¹ Lessa, I. Cad. Saúde Pública 26(8): 1470-1471, 2010.
2 Calixto, J.B. Journal of Ethnopharmacology 100: 131-134, 2005.
QUANTIFICAÇÃO DE FENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM AMOSTRAS DE Ocimum americanum.
Flávia Bento Lana Henriques (IC)1*, Valkiria Elizabete Moreira (IC)1, Geórgia de Assis Dias Alves (IC)1, Jésus de Paula Sarmento (PQ)1, Carolina Miranda Gasparetto (PQ)1, Orlando Vieira de Sousa (PQ)1. E-mail: flaviabento_bq@hotmail.com.
1 Laboratório de Farmacologia de Produtos Naturais, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Juiz de Fora, Campus Universitário, Rua José Lourenço Kelmer, São Pedro, CEP 36036-900, Juiz de Fora, Minas Gerais.
Palavras-chave: Ocimum americanum, Fenóis totais, Atividade antioxidante.
Introdução
Ocimum americanum, pertencente à família Lamiaceae, é considerada uma planta anual ou perene, conhecida popularmente por alfavafa-de-vaqueiro ou manjericão-branco, sendo amplamente cultivada na Índia devido ao óleo utilizado nas indústrias de alimentos e cosméticos. É usada no preparo de chás devido às propriedades tônicas e digestivas 1. O presente estudo teve como objetivo quantificar os teores de fenóis totais e avaliar a atividade antioxidante.
Materiais e Métodos
Amostras provenientes do Horto Medicinal da Faculdade de Farmácia da UFJF (A), da EMPAV (B) e de Caeté (C) foram usadas neste estudo. Folhas secas e pulverizadas das amostras foram extraídas em hexano seguida de acetato de etila por maceração estática. Os extratos hexânico (EH) e em acetato de etila (EA) foram usados para quantificação do teor de fenóis totais por espectrofotometria através do método Folin-Ciocalteu 2. A atividade antioxidante dos extratos foi avaliada pelo método do DPPH determinando a concentração efetiva 50% (CE50) 3. Os resultados foram demonstrados como média±E.P. Análise de variância seguida do teste de Tukey foi usada para medir o grau de significância para p < 0,05.
Resultados e Discussão
As amostras produziram os seguintes teores de fenóis totais (g/100 g): extratos hexânicos (A = 0,67 ± 0,01; B = 0,97 ± 0,00 e C = 0,67 ± 0,04) e extratos em acetato de etila (A = 0,54 ± 0,00; B = 0,43 ± 0,00 e C = 0,50 ± 0,01). A atividade antioxidante das amostras foi demonstrada pelas CE50 (µg/ml): extratos hexânicos (A = 98,81 ± 5,23; B = 42,90 ± 4,48 e C = 117,01 ± 2,64) e extratos em acetato de etila (A = 44,26 ± 1,10; B = 50,32 ± 1,75 e C = 53,60 ± 3,41). O extrato hexânico da amostra B e o extrato em acetato de etila da amostra A apresentaram maior teor de fenóis totais e foram mais efetivos em inibir o DPPH, demonstrando maior atividade antioxidante. Substâncias fenólicas de O. americanum têm sido descritas na literatura 4, o que corroboram com os resultados encontrados nesta pesquisa. A diferença entre os teores de fenóis totais das amostras analisadas pode contribuir para a qualidade de O. americanum.
Conclusões
As amostras possuem constituintes fenólicos e atividade antioxidante, entretanto, a procedência é um fator importante para as análises dos parâmetros avaliados.
Agradecimentos
UFJF, CNPq, FAPEMIG e CAPES.
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Referências Bibliográficas:
1 Souza Filho, A. P. S.; Bayma, J. C.; Guilhon, G. M. S. P.; Zoghbi, M. G. B. Atividade potencialmente alelopática do óleo essencial de Ocimum americanum. Plantas Daninhas, v. 27, n. 3, p. 499-505, 2009.
2 Sousa, C. M. M.; Silva, H. R.; Vieira-Junior, G. M.; Ayres, C. L. S. C.; Araujo, D. S.; Cavalcante, L. C. D.; Barros, E. D. S.; Araujo, P. B. M.; Brandao, M. S.; Chaves, M. H. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 351-355, 2007.
3 Mensor, L. L.; Menezes, F. S.; Leitão, G. G.; Reis, A. S.; Dos Santos, T. C., Coube, C. S.; Leitão, S. G. Screening of brazilian plant extracts for antioxidant activity by the use of DPPH free radical method. Phytotherapy Research, v. 15, n. 2, p. 127-130, 2001.
4 Dhale, D. A.; Birari, A. R.; Dhulgande, G.S. Preliminary Screening of Antibacterial and Phytochemical Studies of Ocimum americanum Linn. Journal of Ecobiotechnology, v. 2, n. 8, p. 11-13, 2010
APLICAÇÃO DA CROMATOGRAFIA CONTRACORRENTE NO ISOLAMENTO DE PORFIRINAS DE Gallesia integrifolia.
Amaro Chaves Ramos (IC)¹*, Fernanda da Silva Neves (PG)¹, Rodrigo Rodrigues de Oliveira (PQ)1. amarow.ramos@gmail.com
1 Laboratório de Ciências Químicas, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 28013-602, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil.
Palavras-chave: cromatografia contracorrente; porfirina; Gallesia integrifolia; Phytolaccaceae.
Introdução
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms, também conhecida como Gallesia gorazema (Vell.) Moq. é uma planta pertencente a família Phytolaccaceae que ocorre do Paraná até o Ceará1. Esta espécie popularmente conhecida como pau-d'alho no Brasil1 e por "ajoskiro2" e "palo de ajo3" no Peru, é utilizada na medicina popular para tratamento de reumatismo2, bronquites e asma3.
Considerando a carência de trabalhos no âmbito fitoquímico sobre esta espécie, buscou-se isolar substâncias a fim de ampliar os dados literários, com o auxílio da cromatografia contracorrente.
A cromatografia contracorrente (CCC) trata-se de uma técnica de separação que utiliza uma fase estacionária líquida o que elimina a chance de perda de amostra por adsorção à matriz sólida usualmente utilizada em outras técnicas cromatográficas. Além disso, não levando em consideração o valor do aparelho em si, pode-se considerar esta técnica barata, pois o único custo envolvido é a aquisição dos solventes adequados4.
Materiais e Métodos
Foram testados 17 sistemas de solventes intitulados Arizona, sendo 14 destes de acordo com a literatura5. Cada sistema foi testado através do método de agitação em tubo de ensaio6 seguida de análise quantitativa por cromatografia em camada delgada (CCD).
A fração diclorometano (425,2 mg) foi submetida à cromatografia contracorrente utilizando o sistema de solvente hexano: EtOAc: MeOH: H2O na proporção de 1:2,5:2,5:1. A fase orgânica deste sistema foi utilizada como fase estacionária e a fase aquosa como fase móvel. Ao atingir-se o equilíbrio hidrodinâmico (retenção de 80,2%) a amostra foi injetada. Após 57 frações de 4 mL cada, encerrou-se a corrida.
Deste procedimento foram obtidas as porfirinas 7c-metoxifeoforbídeo a e 7c-metoxi-10-hidroxifeoforbídeo a.
Resultados e Discussão
As estruturas das porfirinas foram confirmadas por espectrometria de RMN.
Figura 1: 7c-metoxifeoforbídeo a e 7c-metoxi-10-hidroxifeoforbídeo a e seus deslocamentos de RMN 13C.
Conclusões
A ampla quantidade de sistemas de solventes existentes e a possibilidade de realizar pequenas modificações nas proporções dos mesmos conferem a esta técnica inúmeras vantagens e possibilitam o direcionamento para a substância alvo através do ajuste do coeficiente de partição (KD) da mesma.
Agradecimentos
A FAPERJ pelo apoio financeiro.
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Referências Bibliográficas:
1 - BARROS, S.S.U., DA SILVA, A., AGUIAR, I.B., Revista Brasil. Bot., 28(4):727-733, 2005
2 - SANZ-BISET, J. et al., Journal of Ethnopharmacology, 122:333-362, 2009
3 - BUSSMANN, R.W., GLENN, A., Rev. Peru. Biol., 17(2):331-346, 2010
4 - HOSTETTMANN, K., MARSTON, A., J. Liq. Chromatogr. & Rel. Technol., 24(11&12):1711-1721, 2001
5 - BERTHOD, A., HASSOUN, M., RUIZ-ANGEL, M.J., Anal Bioanal Chem, 383:327-340, 2005
6 - BERTHOD, A., CARDA-BROCH, S., J. Chromatogr. A, 1037:3-14, 2004
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E QUANTIFICAÇÃO DE TEORES DE FLAVONOIDES E FENOIS DE Vernonia condensata
Jucélia Barbosa da Silva (PG)¹, Vanessa dos Santos Temponi (PG)¹, Kamilla Coelho Morais Rodrigues (PG)1*, Carolina Miranda Gasparetto1 (PQ), Dalyara de Mendonça Matos1 (IC), Danielle Maria Aragão2 (PG), Jésus de Paula Sarmento1 (PQ), Elita Scio Fontes2 (PQ); Maria Silvana Alves1 (PQ), Orlando Vieira de Sousa1 (PQ).
E-mail de contato: juceliabs@yahoo.com.br
1 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Juiz de Fora. 2Departamento de Bioquímica, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Juiz de Fora
Palavras-chave: Vernonia condensata; atividade antioxidante; fenóis; flavonoides.
Introdução
Vernonia condensata Baker, conhecida como boldo, necroton ou figatil, é utilizada na medicina popular por suas propriedades analgésica, antimicrobiana, de proteção gástrica e tratamento de doenças gastrointestinais, diarréia e dor de cabeça1. Vernoniosídeo B2, um esteróide, isolado de V. condensata, demonstrou atividades antinociceptiva, antiinflamatória, sedativa e anti-ulcerogênica2. O presente estudo quantificou os teores de fenóis e flavonóides totais e atividade antioxidante.
Materiais e Métodos
O material vegetal foi coletado no Horto Medicinal da Faculdade de Farmácia da UFJF, Juiz de Fora, MG. Uma exsicata (CESJ nº 52943) encontra-se depositada no Herbário do Departamento de Botânica da UFJF. Após secagem, as folhas foram extraídas com etanol por maceração estática até a exaustão. O extrato etanólico (EE) foi particionado, dando origem às seguintes frações: hexânica (FH), diclorometânica (FD), em acetato de etila (FA) e butanólica (FB). A Atividade antioxidante (AA) foi realizada pelos métodos 2,2 difenil-1-picrilhidrazilo (DPPH)3 e poder de redução do Fe3+ 4. Os fenóis 3 e flavonóides totais foram quantificados pelo método espectrofotométrico. Os resultados foram demonstrados como média±erro padrão. Análise de variância seguida de teste de Turkey foi utilizada para p < 0,05.
Resultados e Discussão
A tabela demonstra os teores de fenóis, flavonoides e valores de CE50 da AA pelo Método DPPH e Poder de Redução.
Produtos
Testados
|
Fenóis
Totais (g/100g)
|
Flavonoides
(g/100g)
|
CE50 (µg/ml)
|
Poder de Redução
(µg/ml)
|
EE
|
11,73±0,18
|
0,16±0,01
|
35,44±0,76
|
54,42±0,19
|
FH
|
0,19±0,03
|
0,13±0,01
|
147,14±0,40
|
212,45±0,02
|
FD
|
2,48±0,08
|
1,48±0,02
|
51,69 0,44
|
336,48±11,05
|
FA
|
23,11±0,90
|
4,10±0,03
|
18,44±0,54
|
19,98±0,42
|
FB
|
15,14±0,07
|
0,94±0,00
|
48,45±0,26
|
53,88±0,085
|
Rutina
|
-
|
-
|
14,29 0,11
|
8,27±0,25
|
Ácido Ascorbico
|
-
|
-
|
-
|
1,73±0,04
|
As médias são diferentes entre si.
Os resultados demonstraram que V. condensata é rica em substâncias fenólicas que podem ser responsáveis pela a atividade antioxidante como demonstrada pelos os métodos empregados6.
Conclusões
Vernonia condensata constitui um potencial candidato para a busca de novos fármacos com ação antioxidante, principalmente a partir de fenóis.
Agradecimentos
UFJF; FAPEMIG; CAPES; CNPq
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Referencias Bibliográficas:
1Lorenzi, H.; Matos, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas. Nova Odessa (SP): Instituto Plantarum, 544 p.2008.
2Valverde, A.L. Analgesic and antiinflammatory activities of vernonioside B2 from Vernonia condensata. Phytotherapy Research, v. 15, p.263-264, 2001.
3Sousa et al. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, p. 351-355, 2007.
4Oyaizu, M. Studies on product of browning reaction prepared from glucose amine. Japan Journal of Nutrition, v. 44, p. 307-315, 1986.
5Sobrinho et al. Validação de metodologia espectrofotométrica para quantificação dos flavonóides de Bauhinia cheilantha (Bongard) Steudel. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 44, p. 683-689, 2008.
6Genovese, M. I. et al. Bioactive Compounds and Antioxidant Capacity of Exotic Fruits and Commercial Frozen Pulps from Brazil. Food Science and Technology International, v. 14, p. 207-214, 2008.
ESTUDO QUÍMICO DE Guarea guidonea
Priscila Elias Alves (IC)¹*, Cristiane Pereira (PG)¹, Cássia Mônica Sakuragui (PQ)2, Ana Cláudia Fernandes Amaral (PQ)3, Ricardo Machado Kuster (PQ)1.
E-mail de contato: prielias.alves@gmail.com
1 Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21941-590, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
2 Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 21941-590, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
3 Instituto de Tecnologia em Fármacos, Fundação Oswaldo Cruz – Far-Manguinhos/FIOCRUZ, Rua Sizenando Nabuco, 100 Manguinhos, 21041-250, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Palavras-chave: Flavonoides, Guarea, fitoquímica.
Introdução
Algumas espécies do gênero Guarea (Meliaceae) são utilizadas em medicina popular para o tratamento de doenças inflamatórias, tais como reumatismo, além de apresentarem efeitos antivirais e citotóxicos in vitro (Camacho et al. 2001). A espécie Guarea guidonia, conhecida como carrapeta, apresenta ampla distribuição no sudeste brasileiro. Estudos fitoquímicos com esta espécie revelam a presença de sesqui-, di- e triterpenos em suas folhas, frutos e galhos (Brochini e Roque, 2000). Como parte de nossos estudos sobre a espécie G. guidonia foi realizada a análise fitoquímica da partição butanólica de suas folhas.
Materiais e Métodos
O extrato hidrometanólico obtido das folhas de Guarea guidonia foi submetido à partição líquido-líquido com solventes em ordem crescente de polaridade, tais como hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. Foi realizado o perfil cromatográfico da partição butanólica por HPLC/DAD e esta foi submetida a várias etapas de cromatografia em coluna utilizando XAD-2 e Sephadex LH-20 como adsorventes. A fração pura obtida foi avaliada por CCD, bem como por técnicas espectroscópicas (RMN H1 e UV) e espectrométricas (EM-ESI).
Resultados e Discussão
Após análises das placas de cromatografia em camada delgada reveladas com NP e PEG (reveladores específicos para substâncias fenólicas) e dos espectros de UV obtidos a partir do cromatograma, foi possível detectar a presença de flavonoides derivados da quercetina, visto que estes apresentavam coloração alaranjada característica, bem como máximos de absorção no UV nas regiões de 254 e 356nm. Após a obtenção do espectro de massas (m/z 463) e dos espectros de RMN H1 (1 e 2D) da amostra pura, foi possível identificar os flavonoides isolados como sendo uma mistura de hiperina (quercetina 3-O-galactosídeo) e isoquercitrina (quercetina 3-O-glucosídeo).
Conclusões
Em função da presença de limonóides em Meliaceae, poucos trabalhos sobre isolamento e elucidação estrutural de flavonoides do gênero Guarea tem sido realizados. Este trabalho inclui-se, portanto, no esforço para aumentar a literatura química e quimiossistemática sobre a espécie.
Agradecimentos
CNPq.
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Referências Bibliográficas:
¹ Camacho, M. R., Phillipson, J. D., Croft, S. L., Kirby, G. C., Warhurst, D. C., Solis, P. N. Terpenoids from Guarea rhophalocarpa. Phytochemistry 56, 203, 2001.
² Brochini, C. B., Roque, N. F. Two new cneorubin related diterpenes from the leaves of Guarea guidonia (Meliaceae). J. Braz. Chem. Soc. 11, 361. 2000.
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE CUMARINA E PROCEDIMENTOS EM GUACO (Mikania glomerata).
Monica Barcelos de Souza Lopes (IC)¹*, Nair Bizão (PG)¹. monica_barcelos@hotmail.com; nairbiza@ufmt.br
Universidade Federal de Mato Grosso, Rodovia MT-100, Km 3,5. Pontal do Araguaia-MT.
Palavras-chave: Mikania glomerata, manipulação, custo.
Introdução
A Mikania glomerata é uma espécie medicinal de alto valor comercial popularmente conhecida como guaco1. Amplamente empregada pela população, as folhas são usadas na medicina popular para tratar doenças do trato respiratório2. O estudo objetivou comparar diferentes concentrações de extratos de folhas secas e frescas de Mikania glomerata através de seu principal constituinte químico, a cumarina, bem como a manipulação do xarope de guaco para comparar custo.
Materiais e Métodos
Foram preparados dois extratos alcoólicos, de folhas secas e de folhas frescas. Foram feitas duas manchas em um papel filtro com o extrato das folhas secas. Em seguida uma das manchas foi alcalinizada (KOH 0,1 mol.L-1). O papel com as manchas foram expostos à ação da luz ultravioleta. O mesmo procedimento foi repetido com o extrato de folhas frescas.
O xarope de guaco foi preparado segundo a descrição da Farmacopéia Brasileira, onde todo material gasto no preparo foi somado para comparação de preços daqueles comercializados nas drogarias de Barra do Garças-MT.
Resultados e Discussão
No extrato de folhas secas (A) de Mikania glomerata observou-se uma forte fluorescência indicativa de cumarina bem visível na mancha alcalinizada como pode ser visto na figura 1.
Na mancha do extrato de folhas frescas (B)
é possível observar pouca fluorescência. A escolha do método de secagem pode então influenciar tanto na preservação de constituintes, ou mesmo na volatilização dos mesmos.
Foram gastos de materiais na manipulação de 500 mL do xarope de guaco vinte e um reais. Cada vidro com 100 mL custou quatro reais e vinte centavos, enquanto que aqueles comercializados apresentou um valor cinco vezes maior do que o manipulado.
Conclusões
O extrato de maior concentração de cumarina foi aquele em que as folhas foram secas.
O xarope de guaco manipulado obteve um custo cinco vezes menor do que aqueles comercializados em drogarias de Barra do Garças-MT.
Agradecimentos
À Deus que possibilitou a realização deste, meus pais e a professora Dr. Nair Bizão.
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Referências Bibliográficas:
1Castro, E. M.; Pinto, J. E. B. P., Alvarenga, A. A.. Ciên. Agrotec., Lavras V.27, n. 6, p 1293-1300, 2003.
2Alvarenga, S. A. V.; Garcia, E. F.; Bastos, E. M. A.; Rev. Bras. de Farmacog. 19(2ª):442-448, 2009.
SÍNTESE E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTIMICROBIANA DE DERIVADOS 5,7-DIHIDROXICUMARINA.
Diego Rangel Cardoso Silva (PG)1*, Amaro Chaves Ramos (IC)1, Rodrigo Rodrigues de Oliveira (PQ)1. dego_rc_silva@hotmail.com.
1 Laboratório de Ciências Químicas, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, 28013-160, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brazil.
Palavras-chave: Síntese, cumarina, antiinflamatório e antimicrobiano
Introdução
As cumarinas são substâncias que apresentam como base estrutural o anel lactona condensado. Estudos indicam que essas substâncias naturais ou sintéticas apresentam excelente atividade antiinflamatória, ao inibir a produção de citocinas e NO que atuam no processo de inflamação, além da atividade antimicrobiana frente a culturas contendo micobatéria, que são causadoras da tuberculose bovina1,2.
Nesse contexto, foram realizadas diversas sínteses a partir da 5,7-dihidroxicumarina e do bergapteno, a fim de se obter vários derivados de substituição nas posições 5 e 7, que foram avaliados quanto a atividade anti-inflamatória e antimicrobiana em culturas contendo Mycobacterium bovis.
Materiais e Métodos
As cumarinas 5,7-dihidroxicumarina e 5-hidroxi-7-metoxicumarina foram obtidas a partir da reação de ciclização-esterificação catalisada por ZnCl2, com material de partida 1,3,5-trihidoxibenzeno e 5-metoxiresorcinol, utilizando o reagente propilato de etila. A desmetilação do bergapteno foi feita diretamente com tribrometo de boro.
Os produtos obtidos anteriormente foram utilizados nas reações de substituições nucleofílicas com 1,3-dibromopropano e 1,4-dibromobutano, diacetal bromo acetaldeído, N-bis(dimetilpiridil)amina e cloreto de cloroacetila, em presença de bases e solventes apróticos para obtenção de diferentes derivados.
Os ensaios biológicos in vitro consistiram em teste de inibição de óxido nítrico (NO) em cultura de macrófagos, inibição de citocina TNF-α e citotoxicidade em cultura de fibroblastos e inibição de crescimento em cultura de Mycobacterium bovis.
Resultados e Discussões
Das reações descritas anteriormente foram obtidas três substâncias cumarínicas (1a, 1b e 2) e nove cumarinas substituídas (3a, 3b, 4a, 4b, 5, 6a, 6b, 6c e 7) com rendimentos entorno de 75%.
As substâncias 1a, 1b, 2, 3a, 3b, 4a e 4b apresentaram atividade inibitória frente a produção de NO e TNF-α, inibitória frente ao crescimento microbiano e baixa ação citotóxica.
Conclusões
Diferentes cumarinas substituídas obtidas por síntese apresentam excelente potencial antiinflamatório, ao inibir os mediadores pró-inflamatórios NO e TNF- α, e antimicrobiano ao inibir o crescimento em cultura de Mycobacterium bovis.
Agradecimentos
A FAPERJ pelo apoio financeiro.
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Referências Bibliográficas:
1GÜRSÓY, A. & KARALI, N. Turk J. Chem., 2003, 27: p. 545-551.
2NUNES, C. Dos R., et al. Ciênc. Bio. Saúde, 2011, 1(2): 1-8.
Atividade citotóxica e antiherpética (anti HSV-1) dos extratos e substâncias isoladas a partir de Clusia fluminensis Planch & Triana.
Levino da Costa Meneses (IC)1, Ingrid de Barcelos Oliveira (PG)1, Viveca Giongo (PQ)1, Maria Carolina Anholeti da Silva (PG)2,3*, Maria Auxiliadora Coelho Kaplan (PQ)3, Selma Ribeiro de Paiva (PQ)2, Izabel Christina Nunes de Palmer Paixão (PQ)1. carolanholeti@gmail.com
1Laboratório de Virologia Molecular, Universidade Federal Fluminense, Outeiro de São João Batista s/nº, Campus Valonguinho, Niterói, Niterói.
2Laboratório de Botânica. Universidade Federal Fluminense, Outeiro de São João Batista s/nº, Campus Valonguinho, Niterói.
3Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais, Universidade Federal Fluminense, Centro de Ciências da Saúde, Bloco H, Cidade Universitária, Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Clusia fluminensis, citotóxico, HSV-1.
Introdução
O vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) infecta células mucoepiteliais e é capaz de estabelecer latência nos gânglios sensoriais. Possui ampla distribuição mundial, e estima-se que aproximadamente 90% da população do mundo ocidental seja soropositiva para esse vírus1. O tratamento prolongado com drogas já conhecidas, como o aciclovir, favorece a emergência de cepas resistentes, principalmente em pacientes imunocomprometidos, tornando necessário e urgente o desenvolvimento e busca de novas substâncias capazes de prevenir e tratar infecções por HSV-1. Clusiaceae compreende 14 gêneros botânicos, e encontra-se caracterizada principalmente pela presença de xantonas, benzofenonas, flavonóides, cumarinas e terpenóides2. Este trabalho avaliou a atividade de extratos brutos e substâncias isoladas de Clusia fluminensis Planch & Triana, uma espécie nativa do litoral brasileiro, na replicação in vitro do vírus HSV-1.
Materiais e Métodos
Os extratos brutos foram obtidos por maceração estática dos órgãos vegetais secos e fragmentados com os solventes apropriados, seguido de evaporação do solvente. O triterpeno lanosterol e a benzofenona clusianona foram isolados a partir do extrato hexânico das flores de C. fluminensis, através de cromatografia contracorrente. A citotoxidez das amostras foi avaliada utilizando o sal de tetrazolium MTT [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)2,5-difenil brometo de tetrazolium]3. A avaliação da potencial atividade antiviral contra HSV-1 foi realizada através do método de redução de formação de placa de lise4.
Resultados e Discussão
Os extratos brutos avaliados apresentaram certa citotoxidez em relação ao controle positivo, o aciclovir, exceto os extratos hexânico dos frutos maduros (CFFRH), metanólico das folhas (CFFM) e metanólico dos frutos (CFFRM). Os extratos apresentaram alto percentual de inibição frente ao vírus HSV-1, alcançando de 81,4 a 100% de inibição em concentração não-citototóxica (50µg/ml), exceto o extrato diclorometânico das flores (CFFLD), cujo CC50=19µg/ml. O lanosterol e a clusianona também apresentaram certa citotoxidez em relação ao aciclovir, e ambos demonstraram 100% de inibição em concentração não-citototóxica (50µg/ml).
Conclusões
Os resultados obtidos com os extratos brutos e substâncias isoladas de C. fluminensis corroboram o fato de que os extratos vegetais representam uma valiosa fonte de substâncias com potencial antiherpético (anti-HSV1), mostrando-se promissores para os estudos in vitro do seu mecanismo de ação.
Agradecimentos
CNPQ, CAPES
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1Schuhmacher, A.; Reichling, J.; Schnitzler, P. Phytomedicine, 10, p. 504-510, 2003.
2Stevens, P. F. 2001 onwards. Angiosperm Phylogeny Website, Version 9, June 2008. URL [http://www.mobot.org/mobot/research/apweb/]; accessed on February 2010.
3Mosmann, T. Immunol. Methods, 65, p. 55-63, 1983.
4Nyberg, K.; Ekblad, M.; Bergstrom, T.; Freeman, C.; Christopher R. Parish, C. R.; Ferro, V.; Trybala, E... Antiviral Res., 66, p. 15-24. 2004.
CONSTITUINTES APOLARES DE Piper Cabralanum C.DC (Piperaceae)
Felipe Stanislau Candido1,2(IC), Maria Auxiliadora Coelho Kaplan2(PQ), Davyson de Lima Moreira1(PQ).
¹ Departamento de Produtos Naturais, Far-Manguinhos/ FIOCRUZ, Rio de Janeiro.
² Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Piper cabralanum, Piperaceae, constituintes apolares.
Introdução
A família Piperaceae é representada por plantas herbáceas, arbustos e, raramente, árvores e conta com cerca de 2000 espécies, quase todas incluídas em Piper e Peperômia1,2. Substâncias isoladas de diferentes espécies de Piperaceae têm mostrado interessantes atividades biológicas, tais como, antiparasitparia, antiinflamatória e antitumoral3.
Materiais e Métodos
Piper cabralanum C.DC. foi coletada próxima ao município de Teresópolis/ RJ e teve suas folhas e caules secos separadamente. As folhas secas foram submetidas à extração por maceração estática com metanol até completa exaustão. O extrato metanólico obtido foi concentrado em evaporador rotatório e, posteriormente, ressuspendido em solução de metanol/ água 1:1. Realizou-se, então, uma partição líquido-líquido com hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. Posteriormente, o extrato hexanico (16g), ativo contra células leucêmicas4, foi cromatografado em coluna de gel de silica usando hexano, acetato de etila e metanol, como fases móveis, em gradientes de polaridade crescente e suas frações analisadas por Cromatografia em Fase Gasosa Acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM) e por Cromatografia em Fase Líquida de Alta Eficiência (CLAE). As substâncias isoladas foram analisadas por CG-EM e por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H e 13C.
Resultados e Discussão
A cromatografia em coluna (CC) em gel de silica do extrato em hexano rendeu 77 frações das quais as frações 20 e 35 foram recromatografadas possibilitando a identificação de duas substancias codificadas como PCA-Hex-1 e PCA-Hex-2 A CC da fração 35 possibilitou o isolamento de uma substancia codificada como PCA-Hex-3. Análise por CG-EM das amostras PCA-Hex-1 e PCA-Hex-2 mostrou a presença de uma substância majoritária em cada fração. Pesquisa em banco de dados sugeriu para PCA-Hex-1 a substâcia 3,4-dimetoxi-benzenopropionato de metila e para a substância PCA-Hex-2 o ácido 3,4-dimetoxi-benzenopropiônico. Análises por RMN de 1H mostraram sinais na região de hidrogênios aromáticos e alifáticos, além de hidrogênios referentes à metoxila para ambas as substâncias. O espectro de RMN de 1H de PCA-Hex-1 mostrou, ainda, sinal de hidrogênios de metila em ligação tipo éster. Os dados de RMN de 13C foram comparados com aqueles da literatura confirmando as estruturas propostas. Análises por CLAE-DAD-UV usando as substâncias isoladas possibilitaram identifica-las no extrato metanólico e na fração em hexano. O teor relativo dessas substâncias no extrato é cerca de 1%. Análises por CG-EM e RMN 1H de PCA-Hex-3 permitiu identifica-la como sitosterol glicosilado.
Conclusões
O estudo fitoquimico da fração apolar de P. Cabralanum, permitiu a identificação de 3,4-dimetoxi-benzenopropionato de metila, ácido 3,4-dimetoxi-benzenopropiônico e sitosterol glicosilado. Essas substâncias estão sendo descritas pela primeira vez em P. cabralanum.
Agradecimentos
PIBIC-FIOCRUZ, FAPERJ.
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