Os moradores da região do Morumbi (zona oeste de São Paulo) estão se mobilizando contra o projeto da linha 17-ouro do metrô. A linha facilitará o acesso ao bairro, mas em vez de ser uma boa notícia, os moradores dizem acreditar que o metrô trará degradação para a região. Por isso, eles organizam um abaixo-assinado contra o projeto e cogitam entrar com ação no Ministério Público.
Metrô de SP define áreas de desapropriação no Morumbi
Monotrilho desapropria e ameaça visual no Morumbi
Isso porque a linha --que vai ligar Congonhas ao Morumbi e ao Jabaquara (zona sul) e integrar o aeroporto à rede sobre trilhos-- será em formato de monotrilho: trens que trafegam sobre vias elevadas. "O monotrilho vai passar quase na beira da nossa janela", reclama Oresman de Queiroz Fernandes, 48, que mora no 13º andar e tem a janela da sala voltada para a avenida Jorge João Saad, onde o monotrilho será instalado.
Oresman é síndico do edifício e aderiu ao abaixo-assinado. No prédio dele, que tem 52 apartamentos, 25 pessoas assinaram o documento, segundo o síndico.
Patrícia Cristina Tozzi Rodrigues, 45, é outra que aderiu ao movimento. Também síndica de condomínio, na Jorge João Saad, ela afirma que coletou 80 assinaturas em três dias e sua meta é chegar a 250 nomes. Ela mobilizou ainda os prédios próximos ao seu: fez um documento com reportagens sobre o assunto e distribuiu para os vizinhos, com o abaixo-assinado.
Os moradores usam exemplos de outras regiões da cidade como Minhocão e partes do metrô para justificar a iniciativa. "Minha mãe mora bem próximo ao metro Capão, que é de superfície, e a imagem é horrível. O viaduto dá margem para camelôs, indigentes e brigas de rua. Imagina a gente pagando um IPTU caríssimo aqui na região e tendo isso em nossa porta", diz Fernandes. Hoje ele paga R$ 900 de IPTU por ano e R$ 750 de condomínio.
QUALIDADE
Além do receio da degradação, os moradores questionam a eficiência do monotrilho. "Se a ideia é melhorar o transporte e a mobilidade, o adequado é o metrô. O monotrilho tem baixa velocidade, está ultrapassado", diz Júlia Titz de Rezende, presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança do Morumbi), organização que está a frente do abaixo-assinado.
A ideia do documento surgiu após uma audiência pública sobre o assunto, e o abaixo-assinado circula há cerca de duas semanas. "Começamos o abaixo-assinado e ele está se espalhando", diz. As assinaturas devem ser contadas na próxima semana.
Rezende tem acompanhado as audiências e reclama que o poder público "precisaria ouvir o que a comunidade tem a apresentar". A síndica Patrícia Rodrigues concorda. "A audiência foi só um protocolo. Chegaram com um projeto pronto, as respostas eram evasivas e não havia vontade de mexer em nenhum parafuso do projeto. Só comunicaram o que está acontecendo", afirma.
Os moradores querem a revisão do projeto e a substituição do monotrilho por um metrô subterrâneo. "O Metrô alega que vai ser de superfície porque é mais econômico e mais rápido. Mas nós não temos culpa de eles estarem tão atrasados", afirma Rodrigues.
Além de incomodar por causa da possível degradação da região, o monotrilho também gera insatisfação por conta das desapropriações necessárias a sua implantação. Uma moradora cuja casa está entre as que podem ser desapropriadas questiona se o trem trará benefícios para a região: "A maioria da população é contra, então não entendo onde está o interesse público."
Ela acredita que vale mais a pena esperar mais tempo por um metrô subterrâneo do que aceitar a proposta atual. "O povo mais pobre está sendo iludido. O Metrô diz que não pode fazer subterrâneo, então o povo aceita o monotrilho. Mas ele não vai resolver o problema, e fazendo um monotrilho agora, nunca vamos ter metrô", diz.
A Folha procurou o Metrô para responder às críticas dos moradores, mas não recebeu resposta a publicação desta reportagem.
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Monotrilho na cidade de São Paulo: solução ou problema?
24/09/10 por raquelrolnik
Tanto na região do Morumbi como na de Mboi Mirim, em São Paulo, dois dos locais que serão afetados pela construção de monotrilhos, há uma movimentação de moradores e especialistas contestando fortemente essa solução. O fato de exigir estruturas elevadas para sua implementação, o que geraria um impacto negativo imediato no espaço urbano, é um dos questionamentos mais fortes contra o monotrilho.
Matéria da Folha Online publicada hoje mostra que moradores da região do Morumbi estão se mobilizando contra o projeto, inclusive com abaixo-assinados. Além da degradação do espaço urbano, já que o monotrilho seria uma espécie de Minhocão de trilhos, os moradores questionam a eficiência desse tipo de transporte. O monotrilho de MBoi Mirim, que ligará o Jardim Ângela ao centro de Santo Amaro, também vem sendo criticado por organizações de moradores do local.
A pesquisa de mestrado de Adalberto Maluf, do Instituto de Relações Internacionais da USP, também questiona a validade da aplicação do monotrilho em cidades brasileiras, a partir da apresentação da realidade desse tipo de transporte no mundo. O estudo revela o nível de degradação que o monotrilho operou em certas cidades, onde fracassou como opção de transporte coletivo, e também questiona o argumento do baixo custo de construção e operação usado para defender o projeto.
Para ler a matéria da Folha Online, clique aqui.
Para saber mais sobre a pesquisa de Adalberto Maluf, clique aqui.
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Publicado em Urbanismo na mídia, Opinião | Tagged transporte coletivo, mobilidade, monotrilho, Morumbi, Mboi Mirim, IRI-USP | 10 comentários
10 Respostas
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em 24/09/10 às 14:48 | Responder
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sergio gollnick
Monotrilhos ou monorails são soluções muito usuais em parques e aeroportos. No entanto, cidades como Sidney, Kuala Lumpur, Vancouver, Las Vegas e algumas outras grandes cidades utilizam esta solução com um certo sucesso. As vantagens do monorail são idênticas ao do metrô porém com menor capacidade por composição, mas com menor custo de implantação e de operação. Como trafegam em linhas segregadas e didicadas, não são retardados pelo tráfego de veículos, comuns aos BRTs e VLTs. Na linha da sustentabilidade ganham de lavada das outras modais, pois não envolvem escavações de solo, não produzem poluição atmosférica e tem 45% menos consumo de energia do que o metrô. Passaram então a ser consideradas como alternativa séria dos planejadores de trânsito além de terem um certo apelo turísticop se a soloução for bem desenhada.
Em 2003, Kuala Lumpur abriu um monotrilho espetacular, ligando os pontos de grande movimento em toda a cidade da Malásia. Okinawa tem a mais nova linha de monorail no Japão, que também foi inaugurado em 2003. Em 2004, Las Vegas abriu um trecho de quatro 7 km do que poderia tornar-se um sistema de monotrilho em toda a cidade. Novos sistemas estão em planejamento ou em construção avançada em várias áreas do mundo.
A questão é que qualquer alternativa será alvo de contestações e contrariedades e, já que não e´recomendável deixar a sociedade sem um canal no debate das alternativas e, é necessário que as autoridades, de trãnsitom de planejamento, ambientais e o próprio Ministério Público sejma partícipes destes debates para que ao se estabelecer uma decisão ela não seja interrompida por demandas posteriores em que os agentes públicos tenham atitudes separadas. Quando isto ocorre as consequencias negativas são ainda piores.
A nossa mobilidade está cada vez mais reduzida por conta de políticias equivocadas do governo que beneficia a industria automobilistica e não oferece alternativas aos meios coletivos ou não motorizados na mesma proporção que crescem as demandas e, ainda, assume postura covardes de não se indispor em limitar o uso do automóvel em algumas vias sob o risco da insatisfação dos donos dos automóveis. Em pouco tempo deveremos optar por uma escolha com os menores riscos, mas que seja rápida.
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em 24/09/10 às 23:59 | Responder
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Luísa Vianna
Olá, Raquel.
Meu nome é Luísa Vianna e eu sou aluna de jornalismo da UFF. Junto com outros alunos e professores, estou participando da produção de um blog de reportagens que entrará no ar no final do mês. Uma das matérias, da qual estou encarregada, é sobre o Projeto Porto Maravilha.
Seria muito interessante para nós sabermos a sua opinião sobre o destino das comunidades do Morro da Conceição. Com a valorização imobiliária e a restauração dos antigos casarios, o espaço e a história dessas comunidades serão respeitados? Eu li um post antigo sobre o assunto e gostaria de saber sua opinião atual sobre o impacto social dos projetos.
Por favor entre em contato: lulu_vianna@hotmail.com
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em 25/09/10 às 17:51 | Responder
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Fabio
Nao conheco o projeto a fundo, mas acredito que causaria menor impacto a paisagem urbana e portanto maior aceitacao por parte dos que se sentem negativamente afetados se os tais monotrilhos nao fossem, por assim dizer, aereos. Ha solucoes interessantes na Europa, os chamados tramways ou metros de superficie (Lausanne p. ex.).
Podiam muito bem ser adaptados aos atuais corredores de onibus uma vez que estes ja dispoem de via exclusiva.
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em 25/09/10 às 19:49 | Responder
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Aquele que lê os posts que comenta
Sempre bom ler para não parecer ridículo. A não ser é claro que o amigo acima consiga provar que o mestrando mente descaradamente do seu trabalho.
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em 03/10/10 às 19:19 | Responder
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Fabio
Caro ‘Aquele…’ (e tambem ao Maluf, caso leia os coments),
De fato, eu nao havia lido o trabalho indicado no post do blog. Assim, quero dizer que nao duvido da capacidade do autor, tampouco dos dados por ele apurados. Que venham os BRT’s, se assim for. Alias, como morador de Diadema, utilizo-me de infra-estrutura semelhante ha tempos. O meu comentario nasceu apenas de uma experiencia pessoal, a qual, a julgar pelo referido trabalho, nao condiz com a realidade de SP.
Abracos
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em 26/09/10 às 23:38 | Responder
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Fábio Peres
Monotrilho seria bom se fosse no meio da avenida, como será na expansão da linha 2 rumo à São Mateus seguindo pela Anhaia Mello e sem nenhum contato com prédios; no caso do Morumbi, contudo, se vê que a expansão passa na frente de avenidas já cheias de prédios dos dois lados, sem falar nas desapropriações óbvias para um projeto como esse.
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em 28/09/10 às 22:38 | Responder
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Alexandre Trinca
Gostaria de entender como nascem estas “modas” das obras públicas. Ainda estamos sob efeito da “moda” das pontes estaiadas, e agora surge a nova “moda” do monotrilho.
Sempre que é anunciado um novo projeto para o transporte da capital o monotrilho é sugerido.
Na minha opinião, o maior problema da utilização do monotrilho na capital é o fato de estar sendo direcionado para atender regiões predominantemente residenciais, como a Cidade Tiradentes ou a Vila Nova Cachoeirinha, e que tem uma grande densidade populacional, o que, consequentemente, gerará uma demanda muito elevada, que até mesmo o Metrô teria dificuldade de atender nos horários de pico. Como então, um sistema de menor capacidade que o Metrô poderá atender estas regiões adequadamente?
Ou será que são apenas ideias eleitoreiras, que servirão para atender alguns poucos interesses econômicos?
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em 01/10/10 às 23:47 | Responder
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NiveA
O único beneficiado pelo monotrilho será o estádio do Morumbi que ainda sonha em ser sede da copa de 2014, por isso tanta pressa de construir o monotrilho, que vai degradar a região e não servira a comunidade. Vergonha!!!!!!!
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em 06/10/10 às 16:26 | Responder
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Jorge Zacharias
O monotrilho, por suas características é um modal mais apropriado para curtas distâncias, rotas turísticas e de baixa densidade.É um veículo mais frágil que o metrô, trem suburbano e VLT, além de oferecer maior risco aos usuários. Imagine-se o ocorrido com a linha vermelha do metrô, dias atrás, em um monotrilho. Não há como sair dos vagões e, se assim fosse possível, estariam os usuários – dentre estes idosos e crianças – a 15 metros de altura do chão – sob ventos e chuva então, seria um caos! A mesma proposta foi idealizada para a cidade de Poços de Caldas, e qualquer paulistano pode i até lá para ver que não deu certo e permanece como um “minhocão” estagnado ao longo do eixo central da cidade. Este projeto também foi lançado para fazer a ligação entre Cidade Tiradentes e Vila Prudente. As pessoas deste bairro da zona leste dizem satisfeitas com a chegada do metrô em sua região. Porém isto é uma manipulação sutil da opinião pública! O monotrilho não é metrô! As pessoas estão pensando que terão metrô em seu bairro, mas na verdade será um veículo mais frágil, menor e mais inseguro. Como um veículo mais adaptado a circuitos curtos ou turísticos poderá transportar a grande massa de população de Cidade Tiradentes até o metrô Vila Prudente?
É um engodo!
Me parece que o melhor veículo é o VLT, mais robusto e seguro que o monotrilho porque corre em superfície, em corredor segregado e estruturado de forma que outros veículos não invadam a pista – como infelizmente ocorre hoje com os corredores de ônibus. Os viadutos do trajeto podem ser pequenos e mais baratos, pois serão pontuais e a linha percorrerá o leito de avenidas já existentes, barateando, inclusive, a construção de plataformas de embarque. O VLT é mais integrado a paisagem, mais eficiente e seguro. Cidades como Paris, Londres, Buenos Aires e Barcelona, dentre outras, estão criando suas linhas desde o ano 2002 com excelentes resultados. Basta buscar na internet por “tram”. Este monotrilho será mais uma aberração apra São Paulo como o são o minhocão e o fura-fila!
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em 17/11/10 às 13:16 | Responder
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Vanessa
Vejam o artigo do Sr. Halan Moreira, ja vi palestra dele no Rio pra associasao da barra da tijuca, ele sabia do que estava falando!!!! Abraços!!!!
Todos queremos uma solução para transporte no Brasil. As filas de transito já estão insuportáveis, e afetam a qualidade de vida da população como um todo, tanto os que utilizam os serviços de transporte público, quanto os que utilizam automóveis particulares.
A solução? Sistemas integrados de transporte que oferecem qualidade de serviço em transporte publico utilizando caminhos elevados ou subterrâneos, pois qualquer individuo de bom senso observando São Paulo por exemplo, hoje já se sabe, que espaço no solo não há mais, pois as vias ja estao sobrecarregadas.
O desafio? Sistemas elevados como o minhocão podem causar um impacto visual que nem todos apreciam, e os subterrâneos costumam custar muito e demorar para ser implementados.
E agora? Há uma solução que em um curto prazo pode ser implementada por uma fração do preço de Metrô subterrâneo, e não utiliza espaço na superfície, assim oferecendo uma melhora significante para o transito local, e criando um transporte público aceito pela população, e por todas as classes: O MONOTRILHO.
Utilizado há mais de 40 anos, e oferecendo lucros tremendos, citamos como exemplo a linha de monotrilho de Tokyo Hanedo. A linha transporta mais de 300,000 passageiros diariamente, e já transportou mais de 1,5 bilhões de pessoas. Muitos metrôs e sistemas de VLT não podem demonstrar resultados iguais, alias a maioria dos sistemas de transporte público são subsidiados ou financiados pelas autoridades públicas, pois o objetivo de transporte público não é exclusivamente gerar lucros para os concessionários, mas principalmente oferecer uma solução de mobilidade para a população, assim melhorando qualidade de vida e aumentando produtividade.
Para estes objetivos não existe melhor que o monotrilho, o qual utiliza motores elétricos e pneus de borracha, assim não produzindo a temida poluição sonora das grandes cidades.
Em Kuala Lumpur, Malásia a autoridade pública resolveu estatizar todos os sistemas de transporte publico para fazer a integração necessária para racionalizar a utilização dos diversos sistemas, inclusive o monotrilho. O sistema de monotrilho estabelecido em 2003, hoje transporta mais de 100,000 pessoas por dia. O custo máximo da tarifa é de R$ 1,40(Um real e quarenta centavos), e os melhores hotéis 5 estrelas, shopping centers, e outros empreendimentos brigam por espaço perto da linha silenciosa e elegante que atravessa a cidade, analizando o mercado imobiliário nos trechos por onde o monotrilho passa, se observa que as propriedades triplicaram em valor.
O sucesso do monotrilho não para por ai. O sistema é utilizado em Osaka e transporta mais de 102,000 pessoas por dia. A tarifa varia de 200 Yen a 410 Yen (media de R$5,00 reais) dependendo da distancia percorrida, e está em operação desde 1990, há mais de 20 anos. Existem monotrilhos na China, Austrália, Corea, Estados Unidos, Dubai e Russia.
Hoje a modalidade está sendo implementada na India, Arabia Saudita e São Paulo. Em Mumbai a linha terá 19 km e o prazo total da obra será de 30 meses.
Em termos de segurança o monotrilho tem demonstrado ser o mais seguro de todas as modalidades de transporte. Como não transita em solo, não há risco de atropelamentos como em BRT´s. Veja o exemplo do corredor de onibus na linha de M´Boi Mirim, onde apenas o ano passado foram dezenas de atropelamentos. Também não há risco de descarrilhamento, pois o trem abraça o trilho. Comparando o histórico de acidentes de monotrilho, com o histórico de acidentes com Metro pesado, trens convencionais, carros particulares, e principalmente ônibus, fica claro que o monotrilho é o mais seguro estatisticamente.
Confiabilidade, disponibilidade e segurança são pontos chaves de qualquer sistema de transporte publico, que para obter níveis satisfatórios dependem tanto dos fabricantes, quanto dos operadores, e empresas responsáveis pela execução de serviços de manutenção. O monotrilho oferece os mais altos níveis de disponibilidade do setor. Os pneus, como os utilizados em metrôs pesados tipo o de Santiago Chile e Kuala Lumpur Malasia, oferecem tecnologia RUN FLAT, e um sistema de apoio de manutenção que alerta o sistema quando há uma variação de pressão. Desta forma mesmo na eventualidade não muito provável de um pneu avariado, o monotrilho continua com desempenho operacional necessário até ser retirado da linha para a troca, sem comprometer a disponibilidade do sistema.
Para determinar qual modalidade é a correta precisa analisar a viabilidade econômica, técnica e ambiental. Decisões sobre sistemas de transporte público são baseadas em uma complexa malha de fatores como: demanda, integração na malha urbana, consumo de energia, prazo para implantação, disponibilidade de solo, poluição gerada, fundos disponíveis, benefícios para a população, integração com outras modalidades entre outros. Como parte destas decisões os governos costumam a contratar estudos de viabilidade ambiental, econômica, e técnica. As vezes as autoridades optam por mudar os projetos, implementar em fases, ou não executar os conceitos inicialmente desenvolvidos. Este processo acontece com todos os tipos de transporte público, esta previsto em lei, seja BRT (Bus Rapid Transit), Metrô, Trem de Alta Velocidade, Trem convencional, VLT, ou Monotrilho.
As cidades no Brasil cresceram rapidamente durante a industrialização. Com o crescente ritmo econômico do país, a infraestrutura carece de capacidade de transporte suficiente para atender a crescente demanda. As soluções a serem implantadas precisam contemplar todas as possíveis soluções.
O monotrilho apresenta uma infinidade de possibilidades novas para as autoridades publicas no Brasil, ameaçando soluções tradicionalmente implementadas. Como parte de estratégia de mercado, a imprensa tem sido utilizada como um veículo para divulgar preconceitos e informações equivocadas a respeito do sistema. Citamos o exemplo da alegação do Sr. Adalberto Maluf Filho quem recentemente comentou que Dubai nos Emirados Arabes possui duas linhas de Monotrilho, uma das quais com 54 km de extensão, esta linha de monotrilho nao existe ( o sistema apenas tem 5km) , que a tarifa média de monotrilhos é de $7,00 dólares Americanos (veja os sistemas do Japão e Kuala Lumpur), e que os fabricantes de monotrilho são os únicos que lucram com o sistema (veja os sistemas japoneses). Estes comentários entre outros mis-conceitos, erros, e informações fora de contexto são o resultado direto para tentar frear a tendência de trocar os BRT´s e seus ônibus por sistemas mais eficientes.
Cordialmente,
Halan Lemos Moreira
Vice Presidente
Brasell – Representante Scomi Para o Brasil
Membro da Associasao internacional de Monotrilho
Estudioso de Monotrilho a mais de 5 anos
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| 20/10/2010
Monotrilho afeta preço dos imóveis no Morumbi
Ao contrário do metrô, que sempre valoriza as residências próximas, o monotrilho que cortará o bairro pode prejudicar os imóveis vizinhos à linha
Metrô de SP: Linha Ouro (em vermelho) vai ligar o Morumbi à estação Jabaquara
São Paulo - Há alguns dias, a incorporadora Brookfield decidiu colocar em promoção imóveis em construção no Panamby, uma das regiões mais arborizadas e valorizadas da zona sudoeste de São Paulo. Os apartamentos de 141 metros quadrados e duas vagas de garagem localizados dentro de um grande condomínio fechado com extensa área de lazer e todo o aparato de segurança saem, à vista, por 440.000 reais. Isso equivale a um preço por metro quadrado de 3.100 reais, bem abaixo da média de quase 4.000 reais do bairro do Morumbi, segundo pesquisa do Ibope.
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Por trás da dificuldade em vender o empreendimento que levou a essa promoção está uma das mais controversas obras de infraestrutura em planejamento na cidade de São Paulo. O governo paulista prevê realizar no dia 18 de novembro a licitação da linha 17 - Ouro do Metrô, que ligará o estádio do Morumbi ao Panamby, o aeroporto de Congonhas e a estação Jabaquara do Metrô (veja mapa acima). Ao invés de optar por uma linha subterrânea, que sempre valoriza os imóveis vizinhos, o governo decidiu pela construção de um monotrilho de proporções assustadoras. Os trens se deslocarão por quase 20 km de vias elevadas a 15 metros de altura, sustentadas por enormes pilares construídos a cada 30 metros. Logo que o edital foi publicado, associações de moradores declararam temer a construção de um "novo Minhocão" no bairro.
Para urbanistas e especialistas em transporte ouvidos por EXAME.com, ainda que a preocupação seja um tanto exagerada, a obra, se levada adiante da forma como foi proposta, terá impacto no mercado imobiliário do Morumbi. Os maiores perdedores, dizem os especialistas, devem ser os imóveis mais próximos às linhas e às estações. É exatamente esse o caso do Villa Amalfi, que terá o monotrilho como vizinho de muro - a Brookfield até decidiu mudar a disposição dos prédios em construção para que o terraço não ficasse de frente para a linha. Ainda que rodem sobre pneus e que haja uma parede de proteção ao lado dos trilhos, trens são sempre barulhentos e emitem um ruído muito menos agradável que o dos milhares de passarinhos que habitam o bairro atualmente.
Outro problema é visual. Não é possível comparar o projeto com o Minhocão, que é muito mais largo, suporta um tráfego bem maior e foi determinante para degradar uma área gigantesca no centro de São Paulo. A estrutura a ser montada também é mais estreita que a do Expresso Tiradentes, o antigo Fura-Fila, que corre no meio da avenida do Estado, na zona leste de São Paulo. Mas seria impossível construir uma obra desse porte sem gerar poluição visual na região. "O monotrilho pode até ser eficiente e funcional, mas bonito não vai ficar", diz o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unesp, Fernando Okimoto.
Por que um monotrilho?
O governo de São Paulo acredita que o monotrilho é a melhor forma de integrar o aeroporto de Congonhas e o estádio Morumbi ao resto da cidade. O Morumbi é um bairro rico, pouco adensado e enorme que depende de poucas vias para o acesso a outras regiões. O transporte público na região é ruim, e a maior parte dos moradores usa carro para se locomover. Já o aeroporto costuma ser acessado por meio de táxi (caro em São Paulo) ou de veículo próprio (mas a diária do estacionamento dentro de Congonhas custa 58 reais, uma das mais altas do país).
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segunda-feira, 11 de outubro de 2010
http://morumblogger.blogspot.com/
SP tem 6 projetos de monotrilho. 4 polêmicos
No Morumbi, M’Boi Mirim e na zona leste, abaixo-assinados tentam barrar o sistema
Quatro dos seis projetos de monotrilhos previstos para a Grande São Paulo enfrentam resistência. Associações do Morumbi ao Jabaquara, do M’Boi Mirim e adjacências, na zona sul, de bairros da zona
leste e até do Brás, na região central, estão contra os projetos da Prefeitura e do governo
do Estado e,além de abaixo-assinados, prometem ir à Justiça.
Em contrapartida, entidadesdazonanorteedeParaisópolis, na zona sul, defendem o projeto por considerarem que incluem suas regiões no transporte de massa.
O monotrilho é um veículo movido a eletricidade, que tem em média seis vagões e transita sobre via elevada. O trenzinho da Disney é o mais conhecido dos brasileiros, mas o veículo é muito encontrado em parques e
conexões a aeroportos na Europa e nos Estados Unidos. Na Ásia, são usados também para transporte de massa.
Suas desvantagens batem com as queixas da população em SãoPaulo: a necessidade de desapropriações, o impacto visual e urbanístico e a capacidade de transportar um terço do que comporta o metrô. Moradores
reclamam ainda de que não puderam debater a escolha.
O Metrô, responsável por quatro dos projetos, afirma que o impacto é reduzido e as novas linhas foram projetadas para atender a demanda dos bairros.
O único monotrilho já em construção é o que vai expandir a Linha 2-Verde do Metrô da Estação
Vila Prudente a Cidade Tiradentes, no extremo leste. Na região, igrejas e associações já recolheram
50 mil assinaturas, segundo oMovimento Ambiental, Cultural e Ecológico.
Para Douglas Mendes, secretário executivo, a zona leste foi mais uma vez desprestigiada. Ele diz que só o metrô poderia atender à demanda de regiões como Vila Prudente-Sapopemba, uma das mais populosas da capital paulista, com 528 mil habitantes segundo o IBGE. A população diz temer que o sistema seja um novo Fura-Fila e abrigue moradores de rua.
Outra região populosa, na zonasuldeSãoPaulo, deve receber o mesmo tipo de projeto. Moradores já contam com 30 mil assinaturas e acenam com uma ação civil pública para impedir a construção, segundo a Frente das Entidades de M’Boi Mirim.
Morumbi. O caso de maior tensão é no Morumbi. Lá, a construção da Linha 17 - Ouro prevê desapropriação de pelo menos 50 casas de alto padrão. Donos prometem ir à Justiça e já acionaram o
Ministério Público. MárciaVailoretti, da Associação de Segurança e Cidadania da VilaSônia, Morumbi e
Butantã, diz que o bairro foi cuidado por muitos anos pelas famílias para sofrer essa intervenção.
“Muitos terão de sair. E sabemos que o poder público não faz manutenção desses equipamentos.”
A região, porém, está dividida. A União de Moradores de Paraisópolis afirma que é primordial a chegada do transporte público. Diferentemente dos vizinhos, moradores ali torcem para que um dia ometrô chegue ao local.
Na zona norte, as associações da Vila Bancária Munhoz e do Conjunto Prestes Maia defendem a construção de seu monotrilho, da Linha 16-Prata. No Brás, o diretor da associação de lojistas, Jean Makdissi, é contra
a construção na Avenida Celso Garcia. “Vai degradar ainda mais."
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MOBILIDADEURBANA.ORG blog
A sustentação do monotrilho é feita apenas por pilares, reduzindo o espaço ocupado (Foto: divulgação)
O projeto e estudo sobre a implantação de monotrilho, também chamado de metrô de superfície, foi realizado através do Governo do Estado. Inicialmente, o projeto previa a instalação de 14 quilômetros entre os bairros Barreiros, em São José, e Trindade, em Florianópolis, especificamente na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Em um segundo momento, os municípios de Palhoça e Biguaçu seriam contemplados com as linhas do monotrilho, além de outras destinadas ao Norte e Sul da Ilha. Uma das dificuldades é o valor para colocar a obra em prática, aproximadamente R$ 300 milhões.
No Brasil, não existe atualmente nenhum monotrilho em atuação. O sistema é uma alternativa de transporte de massa com propriedades diferenciadas em relação a outros modos de transporte público, já que não agride o ambiente e é de fácil flexibilidade.
A redução de espaço é outro fator que deve ser levado em conta para sua implantação, tanto na horizontal como na vertical, sendo sustentado apenas por pilares.
Novidade no mercado.
Representantes da prefeitura de Biguaçu e da Brascomi tiveram o primeiro contato na tarde de quinta-feira. Eles conversaram sobre a vinda da empresa, que atua na área de transporte de óleo e gás, para o município. A Brascomi é especializada na tecnologia monotrilho e um dos principais fornecedores de fluídos de perfuração de petróleo na Ásia.
A empresa é representante brasileira do Grupo Scomi, que possui um faturamento de US$ 600 milhões. De acordo com o vice-presidente da Brascomi, Halan Moreira, o empreendimento está à procura de um local para instalar uma fábrica que atuará na construção de trens monotrilho.
O transporte via monotrilho é recente no Brasil, mas o vice-presidente informa que este é um mercado em expansão. Os estados de Minas Gerais e Ceará também estão em conversação com a Brascomi para instalação da fábrica.
O secretário de Assuntos Estratégicos do Governo de Santa Catarina, Amir Ternes Hamad, destaca que a empresa já contatou a administração estadual e que a partir de agora o objetivo é realizar a aproximação de Biguaçu com a Brascomi.
João Braz da Silveira, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação Tecnológica de Biguaçu, ressalta que este foi o primeiro contato com a empresa, mas esclarece que o município possui interesse em abrigar o empreendimento, assim como Halan Moreira também se mostrou interessado em instalar a fábrica na região.
O que é monotrilho?
-Uma ferrovia construída por um único trilho, ao contrário das ferrovias tradicionais que possuem dois carris paralelos
-Existem dois tipos principais de monocarril: os suspensos, em que o veículo está localizado debaixo do carril, e o modelo mais popular onde o veículo encaixa-se no trilho
-O segmento de monotrilho está concentrado com mais destaque na Ásia, Meio Oriente e América do Sul, como São Paulo
-O mais antigo monotrilho do mundo foi construído na Alemanha, em 1901 e anda se encontra em funcionamento
(Com informações do Jornal Notícias do Dia)
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domingo, 7 de novembro de 2010
CGU joga pá de cal no monotrilho
A Controladoria Geral da União pode estar jogando uma pá de cal sobre o monotrilho que o governo do estado planeja construir em Manaus. Depois de apontar irregularidades na cotação da obra, agora a CGU investe contra a funcionalidade do monotrilho.
Segundo uma Nota Técnica divulgada pela CGU, o monotrilho vai andar devagar, lotado e o usuário vai pagar a passagem duas vezes, sendo uma como passageiro e outra como contribuinte, pois o estado terá que subsidiar a tarifa.
A CGU também considera que o preço avaliado para a obra de 1,3 bilhão de reais está subestimado e prevê que o custo da real vai chegar em torno de 2,3 bilhões.
O governo estadual vem tentando, sem sucesso, fazer a licitação do monotrilho, esbarrando em vários problemas com o edital e com o projeto básico, segundo a CGU e o Ministério Público Federal, apresentando irregularidades.
Quem também vem se mostrando contra o monotrilho é o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes.
Postado por CAMARADA SÉRGIO às Domingo, Novembro 07, 2010
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Blog do Plenário
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Ter, 25 de Agosto de 2009 18:11
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Chico Macena
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O governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab anunciaram a implantação de 100 km de monotrilho nos próximos cinco anos. A linha Vila Prudente até a Cidade Tiradentes seria uma das primeiras, com previsão de conclusão para 2012.
Nesse novo projeto, serão ao todo 22,3 quilômetros de vias elevadas, com investimentos previstos de 2,3 bilhões. Na parceria com o governo do Estadual, a Prefeitura desembolsará R$ 1 bilhão e o Estado se responsabilizará pelo valor restante. A estimativa do Metrô é que este sistema seja utilizado, diariamente, por 450 mil passageiros. Na verdade são duas as mudanças: a primeira, o metrô não concluirá nesta fase o trecho até a estação Oratório e segunda, o anúncio de uma nova linha, chamada de branca, que ligará Vila Prudente até a Penha.
Acompanha essas mudanças o anúncio que no lugar do Metrô será construído um VLP (Veículo Leve sobre Pneus) que ligará Vila Prudente até Cidade Tiradentes, substituindo o projeto do corredor de ônibus e enterrando de vez a esperanças da população desses bairros da região leste da cidade de contarem com uma linha do Metrô.
(Todos os projetos têm tido a participação de empresas japonesas que têm interesse no negócio).
Em Poços de Caldas (Minas Gerais), onde o VLP foi implantado, a linha nunca funcionou e parte das torres desmoronaram. No Rio de Janeiro, uma empresa de shopping utilizou essa tecnologia no transporte interno, desativou e ninguém sabe exatamente o motivo.
Enquanto isto, Serra e Kassab anunciam investimentos que superam R$ 4 bilhões em túneis e avenidas, priorizando novamente o transporte individual. Estima-se que o Km de um corredor de ônibus moderno custe U$ 20 milhões, do monotrilho U$ 50 e do metrô U$ 100 milhões.
Técnicos levantam que além dos custos, também há problemas nos projetos do monotrilho a serem resolvidos, o fato de impossibilitar de mudança de vias em caso de quebra, em que precise ser ultrapassado por outro e também para retirar passageiros em situação de emergência. Todos afirmam que as soluções técnicas não são tão simples. A opção do governo é pelo mais barato e mais rápido de se fazer, fica a dúvida, é o mais seguro, o mais adequado para grandes demandas? e como fica o impacto ambiental e urbanístico com esse “minhocão mais magro” passando pelo meio da Anhaia Mello e de toda Zona Leste?
Quando os técnicos do Metrô estiveram na Câmara Municipal de São Paulo foi cobrado deles a necessidade de se refazer o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) da nova linha, incluindo o pátio de manobras, por se tratar de outro conceito de obra (elevado) diferente do licenciamento para o corredor de ônibus. Neste item os técnicos do Metrô informaram que pretendiam atualizar apenas o estudo de impacto ambiental que já havia sido realizado, a partir de dessa informação, entramos com requerimento na Secretaria do Verde e Meio Ambiente para que o estudo seja refeito e também com representação no Ministério Público Estadual. Queremos um transporte de massas, mas ficamos preocupados com um projeto que além de não atender tecnicamente nossas necessidades, leve a uma degradação da região.
Moradores e lideranças da região tem protestado pedindo a construção de uma linha de Metrô e prometem acompanharem o projeto sobre a proposta do VLP.
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Notícias
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Sex, 29 de Janeiro de 2010 14:48
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Hitachi quer o monotrilho de São Paulo
A companhia Hitachi, que construiu o monotrilho que liga a cidade de Tóquio ao aeroporto de Haneda, entre outros, já fechou parceria com as construtoras brasileiras Camargo Corrêa e Odebrecht para participar da concorrência para a construção desse transporte em São Paulo, obra prevista em mais de R$ 6 bilhões. Segundo Tetsuro Hori, gerente-geral de vendas globais da Hitachi, o consórcio tem condições de apresentar um preço bastante competitivo nos editais da cidade. As exigências de capacidade e segurança do governo e da prefeitura de São Paulo parecem se encaixar ao modelo de construção da Hitachi. Procuradas, Camargo Corrêa e Odebrecht confirmaram a formação do consórcio para São Paulo por meio de suas assessorias de imprensa.
Fora de São Paulo, a empresa japonesa também pretende concorrer no monotrilho de Manaus, que deverá ser incluído no pacote de transporte urbano com apoio do governo federal nas cidades-sede da Copa de 2014, e no Rio, onde a companhia imagina que serão necessários novos investimentos em mobilidade urbana para a Copa e a Olimpíada de 2016. Para esses, a empresa ainda não tem exclusividade com as empreiteiras.
Segundo Hori, toda a parte de construção civil do monotrilho de São Paulo deve ficar a cargo das construtoras brasileiras, o que equivale a cerca de 60% do custo da obra. Dos 40% restantes, que se relacionam principalmente ao material rodante, também uma parte da cadeia de fabricação poderá ser feita no país, deixando apenas os itens de maior tecnologia e especificidade para serem exportados do Japão.
Os transformadores elétricos, por exemplo, poderiam ser adaptados dos existentes no metrô paulista. O Metrô de São Paulo administrará o monotrilho, depois de pronto. Só o expressamente prioritário será feito no Japão, como o sistema eletrônico usado nas bifurcações, diz Hori. A possibilidade de importação quase total assusta a indústria brasileira de equipamentos, que apresentou reclamações ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo.
A Hitachi já fez mais de 80 quilômetros de linhas de monotrilho em sete diferentes obras, incluindo China, Cingapura e Dubai. Este, mais recente, terminado em agosto de 2008.
Segundo a empresa, é possível construir um monotrilho de 10 quilômetros, com dez estações e capacidade para 10 mil passageiros por dia em prazo de 28 meses. Mas os de São Paulo devem ser maiores do que esse modelo.
O consórcio Hitachi, Odebrecht e Camargo Corrêa não deve ser o único concorrente nos editais de São Paulo. Conforme publicado pelo Valor, as duas empreiteiras nacionais também se aproximam em outros empreendimentos, como o consórcio para disputar a construção da hidrelétrica de Belo Monte.
Do próprio Japão poderá surgir outro grupo competitivo, composto pela Mitsubishi, que já fez linhas em Chiba, na grande Tóquio, em Shonan e Ueno. O monotrilho da Hitachi tem uma diferença visual grande em relação ao da Mitsubishi, porque corre sobre trilhos colocados ao longo das vias. O da Mitsubishi corre sob vigas, como se estivessem pendurados. Também a francesa Alstom, a canadense Bombardier e a alemã Siemens já manifestaram interesse em concorrer no monotrilho paulista.
Atualmente, a Hitachi já disputa para construir uma linha em Bombaim, na Índia. Para São Paulo, porém, por causa da forte demanda e da falta de alternativas de transporte, seria construído um veículo com a maior capacidade já feito pela companhia, capaz de transportar até 1200 passageiros de uma só vez, ou até 600 mil pessoas por dia, em carro com velocidade máxima de 90 km/h. O projeto de São Paulo é muito desafiador, diz Hori.
São três diferentes projetos para a cidade de São Paulo. Dois estão em audiência pública. Os projetos envolvem o Metrô de São Paulo, a prefeitura e governo estadual. Um prevê 23,8 quilômetros de linha do monotrilho, ligando a estação Vila Prudente até a Cidade Tiradentes. Nesse, a prefeitura prevê orçamento de R$ 2,8 bilhões e média de 510 mil usuários por dia. Nessa linha, é exigida capacidade mínima de mil passageiros por viagem e extensão máxima de 90 metros.
O segundo edital em audiência é o do monotrilho de 21,5 quilômetros, que ligará o aeroporto de Congonhas a três diferentes linhas do metrô, previsto em R$ 3,1 bilhões. Serão 20 estações nesse sistema, que deve ter demanda menor do que o primeiro. Ele poderá ter recursos federais, se houver expansão até o estádio do Morumbi, para facilitar o acesso durante a Copa.
O terceiro projeto, em fase mais embrionária, terá 8,4 km de extensão e ligará os bairros da Cachoeirinha e Lapa, por onde passam trens da CPTM. Este tem custo estimado em R$ 1 bilhão.
Uma ação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), porém, mantem suspenso temporariamente o edital do monotrilho que vai estender a linha verde do metrô à Cidade Tiradentes. No tribunal, havia reclamação do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), que teme que grande parte dos recursos da obra vá para fora.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), já visitou o sistema de monotrilhos de Tóquio e os japoneses estiveram no Brasil em novembro. Em Tóquio, o monotrilho liga a malha do metrô ao aeroporto de Haneda, o mais antigo. O aeroporto passa por um projeto de ampliação, que deverá ser acompanhado pela expansão da linha do monotrilho até outubro.
O monotrilho japonês permite inclinação de 6% no trilho (a cada 100 metros, sobe ou desce 6 metros) e curvas de raio de até 50 metros, combinando com as exigências brasileiras. O material rodante tem suspensão a ar e rodas sólidas. Uma sala de controle monitora eletronicamente e via câmeras todas as estações.
Segundo a Hitachi, o custo de construção desse veículo é cerca de um terço da do metrô, de 5 bilhões a 15 bilhões de ienes por quilômetro (entre R$ 100 e R$ 300 milhões), em comparação ao do metrô, que é de 15 bilhões a 30 bilhões de ienes por quilômetro. Kassab estimou o custo dos monotrilhos em São Paulo em mais de R$ 100 milhões por quilômetro. O metrô, porém, tem capacidade para transportar quatro vezes mais passageiros.
Os japoneses destacam, ainda, que a emissão de CO2 do monotrilho é um quarto da feita pelos ônibus.
Os monotrilhos urbanos têm sido introduzidos no espaço das rodovias existentes e desempenham um papel suplementar no trânsito das rodovias. No Japão, o estado subsidia a obra por não cobrar pelas áreas de construção.
Os projetos japoneses costumam vir acompanhados de um investimento nos arredores das estações, para facilitar o acesso dos usuários. São instalados, por exemplo, estacionamentos para automóveis e bicicletas nas estações, além de fazer com que mais linha de ônibus passem por elas. O governo japonês também controla o desenvolvimento imobiliário nos arredores, para evitar expansão desordenada. São Paulo já prevê bicicletários nas estações do monotrilho.
A construção de uma linha de vem acompanhada, no Japão, por novos planejamentos urbanos, tanto em infraestrutura e capital humano. Na parte de infraestrutura, normalmente, são construídos hospitais, universidades e outros órgãos públicos, além de projetos para educar os cidadãos a usar mais os sistemas de transporte público no lugar do automóvel, apresentando suas vantagens particulares e sociais.
O monotrilho também foi um dos modais de transporte público adotado no planejamento da cidade de Tama, na grande Tóquio. Com o crescimento da capital, a cidade vizinha foi uma alternativa para expansão. O desenvolvimento em grande escala de Tama Newtown foi promovido pelo governo nacional e local. Com o monotrilho e outros sistemas de transporte ali, cresceram os números de condomínios e estabelecimentos comerciais na cidade, enquanto a área agrícola ficou bastante reduzida.
Falar em números crescentes no Japão costuma ser exceção, num país onde a economia, apesar de desenvolvida, está estagnada há décadas e a população tende a cair pela baixa taxa de natalidade. Ainda assim, em Tama, o número de condomínios cresceu 40% entre 1986 e 2002.
Danilo Fariello, de Tóquio
29/01/2010
http://www.valoronline.com.br/?impresso/empresas/95/6078272/hitachi-quer-o-monotrilho-de-sao-paulo
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Metrô de Paris completa 110 anos
19/07/2010 - Terra
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Estação Cité do Metrô de Paris. Fotos: metrobits.org
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