SÉrie/ano: turma

				Natal, RN ___/___/2014
ALUNO:			Nº	SÉRIE/ANO:	TURMA:	TURNO:
				8º	E	V
DISCIPLINA:	TIPO DE ATIVIDADE:			PROFESSOR (A):
HISTÓRIA DA ARTE	TEXTO COMPLEMENTAR - 3	2º trimestre		TATIANE

Final do século XIX na Europa (continuação)

Van Gogh: a emoção e a cor

O holandês Vincent Willem van Gogh (1853-1890) empenhou-se em representar a beleza do ser humano e da natureza por meio da cor, elemento fundamental de sua pintura. Foi contemporâneo de muitos pintores e aproximou-se de alguns deles, como Toulouse-Lautrec e Gauguin. Mas, na verdade foi uma pessoa solitária, com uma trajetória difícil.

A produção artística de Van Gogh passou por vários períodos, desde os primeiros quadros, em torno em 1880, até próximo de sua morte, em 1890. O primeiro período está ligado à época em que conviveu com os mineiros belgas. Nas obras de época, percebe-se a tradição holandesa do claro-escuro e o interesse por temas sociais. As cores são sombrias; as personagens, melancólicas.

A preocupação social em Van Gogh

Diversos elementos desta obra mostram a preocupação do artista com as condições da vida dos trabalhadores em minas de carvão: as cores escuras da cena, iluminada apenas por um lampião; o rosto sem alegrias das personagens; a refeição reduzida a batatas e alguma bebida, talvez o chá; o ambiente pobre. Repare principalmente nas mãos das personagens: veja como expressam o trabalho duro que os mineiros executam.
Em 1881, depois de vários conflitos pessoais, Van Gogh voltou para casa da família, na Holanda. Em 1886 foi para Paris e conheceu o Impressionismo, que logo abandonou, pois procurava um novo caminho para sua arte. Interessou-se, então, pelo trabalho de Gauguin, principalmente porque esse pintor buscava simplificar as formas, reduzir os efeitos da luz e usar zonas de cores bem definidas. Em 1881 deixou Paris e foi para Arles, no sul da França, onde passou a pintar ao ar livre. O sol forte da região mediterrânea influenciou sua pintura e ele apaixonou-se pelas cores intensas.

Van Gogh sofreu de várias crises nervosas. Depois de internações e tratamentos médicos, em 1890 foi para Anvers, cidade tranquila ao norte da França. Em três meses, pintou cerca de oitenta telas com cenas inquietantes, nas quais predominam cores fortes e linhas retorcidas. Nesse ano, Van Gogh suicidou-se, deixando uma obra composta por pinturas, desenhos e gravuras.

Enquanto viveu, Van Gogh não teve reconhecimento: o público e os críticos não souberam ver em sua obra os primeiros passos em direção à arte moderna, nem compreender seu esforço para expressar beleza dos seres por meio de uma explosão de cores.
Todos os tons de amarelo – Observe nas obras a seguir o emprego da cor amarela, quebrada por pouquíssimas outras cores.


Jarra com quatorze girassóis (1888), de Van Gogh. 93x73cm. Galeria Nacional, Londres.

Jardin dês maraîchers (Jardim de hortas) (1888), de Van Gogh. Rijksmuseum. Amsterdã.



A representação turbulenta da realidade – Van Gogh pintou essa tela alguns dias antes de sua morte. Observe como as pinceladas são bem visíveis e as cores pouco se misturam. Note, ainda, que os elementos que compõem a paisagem, como os pés de trigo, os caminhos de terra no meio da plantação, o céu e os corvos são apenas sugeridos ao observador.

Trigal com corvos (1890), de Van Gogh. 50,5x100,5 cm. Museu Vincent Van Gogh, Amsterdã.
Toulouse-Lautrec: a vida breve e o traço rápido

É impossível associar a obra de Toulouse-Lautrec (1864-1901) a qualquer tendência da arte do final do século XIX; desde cedo seu talento mostrou-se original. Ele viveu apenas 37 anos, mas o fez intensamente, sempre em busca dos breves momentos verdadeiros das vidas das pessoas. Nasceu em uma rica propriedade rural no sul da França, mas foi a vida urbana e agitada de Paris que ele registrou de forma inconfundível.

Os parisienses que lhe interessaram eram artistas de circo, dançarinas, frequentadores de cabarés, prostitutas e pessoas anônimas. Ele soube registrar, com poucos, mas importantes detalhes, os traços mais significativos desses personagens e de seu ambiente.

De modo geral, o que caracteriza a pintura de Toulouse-Lautrec é a sua capacidade de representar, com poucas linhas, o contorno expressivo das figuras e o movimento da realidade. Quanto aos temas, seus quadros apresentam o interior dos ambientes: o circo, o bar, o bordel. A natureza, quando aparece, é mero cenário. O que interessa ao pintor é recriar o drama pessoal de seus contemporâneos.

No circo de Fernando: a amazona (1887-1888), de Toulouse-Lautrec. The Art Institute, Chicago.

Como nenhum outro artista, Toulouse-Lautrec captou a sociedade e o ser humano do final do século XIX, período conhecido como belle époque. Ele conseguiu expressar algo que vai além da aparente alegria e superficialidade que se costuma atribuir a sociedade europeia da época, sobretudo a francesa.

O estilo de Toulouse-Lautrec, em que se destacam os traços rápidos e vigorosos, revelou-se perfeito para desenvolver-se um tipo de arte que você, certamente conhece bem: o dos cartazes publicitários. Antes de Toulouse-Lautrec, os cartazes eram meramente informativos, com muito texto, sem qualidade artística. Com seus cartazes anunciando, por exemplo, os espetáculos de dança do famoso Moulin Rouge de Paris, o pintor inaugurou uma nova forma de publicidade: a que procura conquistar o público por meio de imagens coloridas e atraentes e de textos bastante suscintos.



Yvette Guilbert saúda o público (1894), de Toulouse-Lautrec. 48x28cm. Museu Toulouse-Lautrec, Albi.


Fonte (adap.): PROENÇA, Graça. Descobrindo a história da arte. São Paulo: Ática, 2005. P 174-179.