CAPÍTULO 2
Outubro 1882
Sri Ramakrishna está no Templo de Kali. É sexta-feira, 28 de Outubro, e à noite é o Laksmi Puja do Ashwin Purnima, a noite de lua cheia no mês de Ashwin.
Sri Ramakrishna está sentado no lado direito da sala do templo de Kali conversando com Vijay e Haralal. Um discípulo de Keshab Sen aproxima-se do Mestre e faz pranams. Ele diz, “Grande Senhor (Mahashay), o senhor poderia acompanhar-me para encontrar-se com Keshab? Ele o espera e nos enviou para levá-lo ao barco.” Era cerca de três horas da tarde. Sri Ramakrishna foi ao embarcadouro no Ganga e subiu a bordo com Vijay. Tão logo sentou-se, ele entrou em samadhi. M. também sentou-se perto. Ele olhou Sri Ramakrishna em samadhi e ficou encantado com a cena.
Ás quatro horas da tarde o barco chegou à Calcutá. M. teve um grande desejo de testemunhar o encontro entre Keshab e Sri Ramakrishna. Ele queria ouvir esta maravilhosa conversa. Queria ouvir o tema da discussão.
Keshab regularmente dava conferências que cativavam e inspiravam as mentes de quem as ouvisse. Muitos jovens que ouviram Keshab deram a ele seus corações e alma. Keshab era um ardente estudante de Inglês. Ele se familiarizava também com as versões Inglesas de filosofia e lógica, e não tinha fé na adoração dos Deuses e Deusas Hindus. M. pensou, “É possível que estes devotos Brahmo, que não têm fé em deuses e deusas, tenham fé em Sri Ramakrishna? É realmente verdade que eles vêm e se curvam a ele? Isso é inacreditável! Como pode acontecer? Como pode tal atitude de devoção surgir neles?” M. desejava muito descobrir o segredo de como essas pessoas tornaram-se tão cativadas por Sri Ramakrishna.
Ramakrishna chega à realização do Nirvikalpa e depois entra na adoração daquele que tem forma. Ele pensa no Infinito além da concepção e depois de novo senta-se em frente às imagens de deuses e deusas. Ele coloca pasta de sândalo sobre as flores e as oferece às Deidades. Ele está sempre cantando. Ele senta-se sobre sua cama de madeira. Ele usa um dhoti de bordas vermelhas e uma camisa, meias e sapatos também. Ele usa roupas de um cavalheiro, mas não é uma pessoa comum. Seu humor e atitude é de um sannyasin. Por isso as pessoas o chamam de Paramahamsa, uma grande alma. Por sua vez, Keshab Sen é um adorador do aspecto de Deus sem forma. Ele é casado, tem filhos e é profundamente envolvido com os afazeres do mundo. Ele dá conferências em Inglês, edita um jornal e está sempre atento.
Os devotos Brahmos que estavam no barco chegaram ao cais em frente ao templo de Dakshineswar. Quando desembarcaram e subiram os degraus do Ganga, viram os doze templos de Shiva. Estes são os templos que contém os doze Jyotir Lingams.
Era um belo dia de outono, o céu estava muito azul. Eles foram ao Bhavatarini Mandir de Mãe Kali, o templo central do complexo de Dakshineswar. Ao norte estava o Panchavati, o jardim da cinco árvores sagradas onde Sri Ramakrishna fez muito de seu sadhana. Ao sul do templo de Kali estava o Nahabat Mandir, a câmara de música. Entre o Nahabat e o templo de Kali ficava o jardim de Udhyan, onde cresciam muitas flores para as oferendas nos templos. Os arbustos estavam cobertos de flores. A cena exterior era encantadora e os corações dos devotos estavam cheios de bem-aventurança! Experimentando a beleza e a divina presença do complexo do templo, esses devotos Brahmos, adoradores de Deus sem forma, sentiram-se cheios de devoção.
Acima estava o céu azul e atrás estava o sagrado rio Ganga. Se alguém senta-se silenciosamente na margem do Ganga, facilmente entrará em meditação. E aqui, no meio de toda essa maravilha estava a Grande Alma Sri Ramakrishna Paramahamsa, a manifestação da perfeição espiritual. É uma bela cena, indescritível, ver Sri Ramakrishna sentado em samadhi. Os corações daqueles que são afortunados o bastante para presenciar isso, se enchem de paz, devoção e intenso desejo por Deus.
Swamiji: A alma nunca é destruída
O barco estava chegando e todos estavam ansiosos para ver Ramakrishna. Keshab estava tentando levar Ramakrishna segura e rapidamente para longe da multidão. Ramakrishna estava em samadhi. Com grande dificuldade Keshab levou o mestre para um aposento no barco. Ramakrishna estava cheio de bhava. Ele estava apoiado no ombro de um devoto. Seus pés moviam-se com dificuldade. Ele entrou no aposento com muito cuidado. Keshab e seus devotos curvaram-se a Ramakrishna. Ele não percebia nada. No aposento havia uma mesa e algumas cadeiras. Eles sentaram Ramakrishna na cadeira, Keshab também sentou-se em uma e Vijay sentou-se em outra. Alguns devotos sentaram-se no chão. Muitas outras pessoas não tinham lugar para sentar, mas ficaram de pé na porta esticando o pescoço para conseguir olhar lá para dentro.
Ramakrishna ainda estava em samadhi. Ele estava totalmente inconsciente do mundo exterior. Todos o olhavam atenciosamente. No meio da sala, Keshab viu Vijay, que começou falando para vários membros do Brahma Samaj. Quando Keshab viu toda esta atividade acontecendo e Ramakrishna sentado em samadhi, ele sentiu-se intranqüilo. Ele estava sentado focando atenciosamente em Ramakrishna, cujo samadhi era muito profundo. Seu bhava era intenso.
Mestre (de modo não muito claro): Por que você me trouxe aqui? Posso ficar preso com a cerca de toda essa atividade?
Ramakrishna viu que as pessoas mundanas são presas por uma cerca. Elas não podem quebrar a cerca. Não podem conceber uma vida do lado de fora. Suas mãos e pés estão atados. Somente conseguem ver as coisas que estão dentro da cerca. Elas pensam que o objetivo da vida é estar confortável e pensam sobre seus apegos e desejos. Por isso Ramakrishna estava dizendo “Mãe, por que você me trouxe aqui?” Pensando e falando desse modo, ele gradualmente tornou-se mais consciente do seu entorno.
Em Ghazipur, havia um homem santo chamado Pavhari Baba. Um devoto Brahmo disse ao mestre, “Ó grande senhor (Mahashay), Pavhari Baba tem sua fotografia na casa dele".
Ramakrishna (apontando para seu próprio corpo): Ele colocou somente a imagem dessa forma exterior em sua casa. Este corpo não e nada mais que uma capa.
TERCEIRA DISCUSSÃO
Swamiji: A yoga da sabedoria, yoga da devoção e yoga da ação.
Há um travesseiro e uma capa de travesseiro. Há o usuário do corpo e o corpo.
Ramakrishna: O corpo é transitório. Não é indestrutível. O usuário do corpo é indestrutível. Assim o que ganhará Pavhari Baba em colocar uma fotografia desse corpo na casa dele? Este corpo é uma coisa passageira. Se você amar o corpo, o que acontecerá? O que você conseguirá com isso? Aquele que conhece o Deus que está dentro sabe que o mesmo Deus reside nos corações de todos os seres vivos. Tais seres são merecedores de sua adoração.
Ramakrishna (de modo muito descontraído): Há um outro lado da história. O coração do devoto é cheio de amor por Deus. Deus está presente em toda existência. Você pode conhecer essa presença tangível no coração de um devoto. É como um rico senhor de terras cuja autoridade se estende por toda sua terra, mas ele fica em uma determinada casa que é de sua propriedade. As pessoas irão falar: “Que o coração de um devoto é a residência especial do Senhor.” (Todos sentiram grande deleite).
Ramakrishna: Há somente um Deus, mas Ele tem muitos nomes. Alguns chamam um conhecedor de Deus de homem sábio. Alguns o chamam de yogue e alguns o chamam de devoto. Quem conhece Brahma como o Infinito Além da Concepção, nós chamamos de jnani, uma pessoa sábia. Um yogue que alcança a união funde-se com o ser interior. Devotos contém Deus em seus corações. Há um Divindade Suprema e muitos meios de conhecê-La.
Quando você adora, você é chamado de pujari. Quando você cozinha, é chamado de cozinheiro. Um jnani segue o yoga da sabedoria. Ele discrimina continuamente que “Não é isso e não é aquilo". Brahma não é essa força da vida. Brahma não é este mundo. Pensando assim, gradualmente tudo torna-se silente e depois se dissolve. Ele então entra em samadhi e obtém a unidade com o Supremo.
A contemplação de um Brahma jnani, um conhecedor do Supremo, é que o Supremo é Verdade e toda a existência manifestada é transitória. Todos os nomes e formas são como um sonho. O que é Brahma? Você não pode falar. Você não pode dizer que Brahma é uma coisa. Os jnanis, como os Vedantins, tornam-se dissolvidos no objeto de sua devoção, mas devotos de Deus acreditam que mesmo esse mundo relativo é verdadeiro. Eles não pensam que a existência manifesta é um sonho. Eles nunca dizem isso. Os devotos dirão que todo esse universo é a forma perceptível de Deus. O céu, as estrelas, a lua, o sol, as montanhas, o oceano, os animais e todas as manifestações de Deus foram criadas por Ele. É sua forma eterna. Ele reside no coração de todos, contudo também está fora.
O mais elevado devoto diz: Ele criou estes 24 princípios cósmicos e através desses 24 princípios...
Swamiji: Esta é a filosofia Sankhya
-Ele fez as almas individuais manifestas.” Os devotos sentem grande alegria em comer açúcar; não desejam tornar-se açúcar. (Todos começaram a rir).
Ramakrishna: Você como é a devoção de um devoto de Deus? Ele diz: “Ei Bhagavan, você é o Senhor e eu sou seu servo. Você é a mãe e eu sou seu filho. Você é minha mãe e meu pai. Você é o todo e perfeito e eu sou uma parte.” Devotos não gostam de dizer “Eu sou Deus.” Eles gostam de experimentar a Divina Presença e ter a visão da Alma Suprema. Seu principal objetivo é a união da alma individual com a Alma Suprema.
O yogue tenta tirar sua mente dos objetos de percepção. Ele tenta fazer sua mente silente na contemplação da Alma Suprema. Por isso é que no inicio você deve sentar-se silente em um asana num lugar tranquilo, em solidão, e olhar profundamente para o interior. Deus é um só, somente o nome muda ou é diferente. Aquele que é Brahma, o Supremo, é também Atman, a Alma, e também é o Senhor Supremo. Os jnanis, o seguidores da sabedoria, o chamam de Divindade Suprema. Os yogues, o chamam Alma Suprema. Os devotos O chamam Imagem da Divindade.
QUARTA DISCUSSÃO
Swamiji: Ramakrishna discute os Vedas e os Tantras, como se relacionam, e o relacionamento entre a energia primária do universo e o Infinito Além da Concepção.
Estava um dia muito quente em Dakshineswar. Todos aqueles reunidos no quarto de Ramakrishna vinham ouvir suas conversas cheias com o néctar do prazer, e conseguir seu darshan, sua sabedoria. Todos que ouviam a sabedoria de Ramakrishna ficavam hipnotizados. Quando uma abelha pousa sobre uma flor e começa a extrair o néctar, ela tem algum desejo de vagar pela floresta? Deste modo, todos os devotos estavam cheios desse tipo de amor por Ramakrishna. Eles o ouviam tão atentamente que havia absoluto silêncio no quarto. Todos estavam atentos às palavras dele. Que belo retrato da residência de Deus! As ondas do Ganga estavam tão audíveis que eram o único som ouvido além da voz de Ramakrishna. Todos estavam cheios de amor e ternura. Ramakrishna mostrou mil faces e parecia ser a personificação da bem-aventurança. Seus olhos estavam cheios de amor. Ele era um yogue cujo darshan era incomparável, Todos olhavam fixamente para ele. Ele era o amante de todos e ainda assim um total renunciado, desapaixonado de todo objeto. Ele não conhecia nada a não ser Deus. Neste cenário as palavras de Ramakrishna começaram a fluir.
Ramakrishna: Aqueles que têm a sabedoria de Brahma e falam as palavras da Vedanta, declaram que a criação, preservação e transformação são a personificação de toda a vida. Eles dizem que tudo é um jogo de energia, e se você usar seu poder de raciocínio, poderá ver que todas as coisas são ilusórias como um sonho. Brahma, a Divindade Suprema, é a verdadeira existência e tudo o mais é transitório. Shakti, a energia, também é como sonho porque está sempre em movimento, mudando. Não é imóvel. Porém, você pode argumentar sobre isso milhares de vezes, mas até que você esteja estabelecido no mais elevado samadhi, você ainda vive dentro do reino da Shakti e não pode mover-se além de tudo. Contanto que você não alcançou o samadhi, não tem a Experiência Divina. Quando você alcança o samadhi, sua energia torna-se completamente potencial. Não é mais cinética. “Eu estou meditando sobre isso. Eu estou pensando nisso.” Toda energia torna-se totalmente energia potencial. Funde-se completamente com o eterno. Não é mais transitória.
Por isso a Divindade Suprema e sua energia são inseparáveis. Se você acreditar em um, deve acreditar em outro. Como o fogo e sua capacidade de queimar. Se você acreditar no fogo, é inconcebível não pensar na sua capacidade de queimar. Se você omitir o fogo, como poderá obter a capacidade de queimar? Se você eliminar o sol, como poderá aceitar seus raios? É inconcebível.
A cor do leite é branca. Você não pode separar a sua cor. Quando você pensa na brancura do leite, automaticamente pensa no leite. Sem energia é impossível contemplar a existência da Consciência Suprema. Sem o jogo da existência, é impossível entender o eterno. A energia primária é a personificação do jogo da existência. É o que está criando, preservando e transformando. Kali é a Divindade Suprema e a Divindade Suprema é Kali. Elas são uma e a mesma. Quando não atua não há criação, preservação ou transformação. Quando você observa mais de perto o principio “Aquele” é o que é conhecido como Brahman, a Divindade Suprema além da atividade.
Quando esta Divindade Suprema realiza ações, nós a chamamos Kali, energia. É uma Divindade com muitas formas. A água, por exemplo, nós chamamos “jal”, “pani” ou “water”. Há quatro escadarias que levam ao tanque. Em uma delas, os Hindus bebem água e a chamam “jal”. Na outra, os muçulmanos bebem a mesma água e a chamam “pani”. Em outra os Ingleses bebem e a chamam water. Tudo é um, só os nomes são diferentes. Alguns chamam “Isto” de Allah, alguns de Deus, alguns Brahma, Kali, Rama, Hari, Jesus, Durga, etc.
Keshab (começando a rir): De que modo Kali gosta de representar conosco? Você não poderia nos explicar isso pelo menos uma vez?
Ramakrishna (ouvindo as palavras de Keshab também riu): Esta Existência Suprema tem Seu teatro e representa em muitos e diferentes modos. Ela é Mahakali. Ela é a Eterna Kali. Ela é a Kali que fica nos crematórios. Ela é a Kali que é una com a Divindade Suprema. Ela é a Kali que é protetora de tudo. Ela é a Pessoa Negra. Mahakali e a Eterna Kali emanam dos Tantras. Antes de a criação evoluir, a lua, o sol, as estrelas e os planetas não existiam. Havia somente a completa escuridão. Então estava sem forma além da forma como Makali. Mahakali unida com Mahakala, o Grande Tempo ou Ele Quem estava Além do Tempo. A Kali Negra tem um comportamento muito compassivo. Ela concede a dádiva da liberdade do medo. Na casa dos chefes de família, Ela é principalmente adorada. Sempre que há uma grande calamidade, quando há grandes obstáculos a superar (um terremoto, falta de chuva ou seca, grande inundação, etc.), temos que adorá-La na forma de Kali Quem Protege. A Kali que fica nos crematórios é a Kali Que Leva Daqui, Ela Quem Dissolve Toda Criação. Ela fica com os cadáveres enquanto eles fazem a transformação final. E Ela fica com eles até que eles se fundem com Deus. Em Seu pescoço Ela usa uma guirlanda de crânios. Ela usa um avental ao redor de Sua cintura feito com os muitos membros de todos os asuras que Ela cortou.
Ramakrishna (continuando a descrever as várias formas de Kali): Na cessação do universo quando há a total dissolução, Ela semeia as sementes da próxima criação. Há um velho costume em muitas casas. Sempre que eles oferecem alguma coisa que está sendo cozida para alimento ou para oferecer, eles tomam um pouco disso e colocam num recipiente e guardam para o futuro. Por exemplo, se você está cozinhando uma grande panela de arroz, você pega uma mão cheia antes de cozinhar e põe no recipiente. (Keshab e os outros começam a rir)
Ramakrishna: Amadas crianças, os chefes de família têm esta natureza de sempre guardar alguma coisa para o futuro. Mahakali mostra esta mesma natureza quando Ela dissolve o universo perceptível. Nesse momento Ela pega algumas sementes e as coloca num pote para guardar para a próxima criação. Dentro do pote está algumas das espumas do oceano.
Ela pega algumas sementes de pepino e algumas sementes de abóbora e as coloca em seu pote. Sempre que há necessidade, Ela pode pegá-las e semea-las para a próxima criação. Isso também é como os chefes de família fazem. A Mãe é a personificação do universo e depois da dissolução de todo o universo, Ela pega as sementes e as protege. Depois de a nova criação começar, esta Energia Primária reside dentro da criação. Ela dá nascimento a toda criação e depois reside lá dentro. Ela é de várias e diferentes formas. Ela é o reservatório e também o conteúdo.
Swamiji: Agora iremos discutir as várias diferenças dentro da criação. Exatamente como uma aranha tece sua teia de dentro de si mesma e vai tecendo em um círculo para fora e depois fica lá dentro da teia, assim Deus traz toda a criação de Si mesmo. Assim Ramakrishna está agora comparando como a Mãe traz a criação de dentro de seu próprio ser e depois semeia as sementes para a próxima criação, como a aranha tece a teia de si e depois fica dentro da teia.
Ela dá nascimento à criação e reside dentro dela e sobre ela. Kali é a Divindade Suprema. Kali é com e sem qualidades. O que? Você pensa que Kali é negra? Sim, a alguma distância Ela aparenta ser assim, mas quando você vê realmente quem Ela é então Ela não parece mais ser negra. De longe o céu parece ser azul, mas de perto você verá que de fato não tem cor nenhuma. Quando você olha o oceano de longe ele parece azul, mas quando você pega um pouco com as mãos, vê que de fato não tem cor nenhuma.
Falando desse modo ele ficou unido no amor e começou a cantar, “É minha Mãe Kali de fato Negra? A escuridão de fato significa que ela está vestida de espaço. No lótus de seu coração, olhe e veja a luz”.
QUINTA DISCUSSÃO
Ramakrishna (olhando para Keshab): Por que temos este mundo de objetos e relações? Qual é a diferença entre ser atado e ser liberado? Ambos são concedidos por Ela. Toda esta maya, toda esta ilusão, ata-nos a este mundo de objetos e relações por nossos desejos e apegos. Por meio de Sua compaixão nos tornamos liberados. Ela é quem ata e quem libera.
Ramakrishna: (falando desse modo começou a cantar): A Mãe Negra está subindo como uma pipa no bazar do mundanismo. Com os ventos de sua esperança, a pipa voa cada vez mais alto, mas está presa pela corda de Maya. Os corvos e os pássaros em cima no ar, nossos cinco sentidos, estão presos nesta pipa que deseja voar, e depois voltamos a percepção do que tem com forma. Como você puxa a linha da pipa para cima e para baixo e ela sobe mais e mais alto. Se você não ficar puxando, a pipa não pode voar mais alto. Agora e depois, quando você estiver soltando a pipa, uma ou duas linhas podem arrebentar. Então a Mãe ri e bate palmas com alegria! Ramprasad está dizendo, “Esta pipa irá voar com os ventos do sul, e nunca retornará” Neste oceano do mundanismo, se você ficar na margem do oceano, você irá lá e ficará lá muito rapidamente. Ela é a autora de todos os dramas. Todo este mundo de objetos e relações é Seu jogo. Ela é a personificação de todos os desejos e bem-aventura. Se existem 100.000 pessoas, talvez uma ou duas se esforçarão para a liberação.
Keshab: Ó Grande Senhor: (Mahashay), se Ela desejasse, não poderia dar a liberação a todos? Por que Ela nos ata a este mundo?
Ramakrishna: É tudo Seu desejo. Ela está atuando de acordo com os Seus desejos. Quando você fica velho, não é capaz de correr muito depressa. Se Ela tocar todos do mesmo modo, como iria o teatro continuar? Quando você brinca de pega-pega e um dos jogadores é um homem velho, ele não pode correr mais que os mais novos. Se ele fosse capaz de arrebatar todos os mais jovens, então o jogo acabaria rápido. Do mesmo modo, se Ela liberasse todos, então o jogo terminaria. Enquanto o homem velho está jogando com os meninos, ele está realmente muito feliz porque o jogo continua. Se ele agarrou todos e eles, e eles saíram fora, então o jogo terminou. Por isso entre tantos Ela permite um ou dois serem liberados. Então Ela bate palmas e ri. (Todos também começam a rir)
Maa diz para nós, “Ó meninos, saiam e brinquem nesse mundo.” O que é a falta de mente? Se Ela é compassiva conosco, Ela trará nossa mente de volta a Ela. Então encontramos liberação de todos os pensamentos mundanos e mantemos nossa mente nos Pés de Lótus do Divino.
Ramakrishna (com grande afeição começou a cantar para a Maa):
Se você é a Mãe,
Por que está roubando minha casa?
Eu estou cantando seu nome e
Descrevendo suas boas qualidades
Eu conheço e entendo completamente bem.
Isso é tudo Sua inteligência
Você deu a mim e eu não consegui
Você tomou de mim e eu não joguei.
Não é minha culpa
Você dá, você toma, você alimenta e você come
Esta é Sua função.
E esta fama e bem-estar
E falta de fama e falta de bem estar,
Este delicioso néctar e este horroroso sabor,
São todo Seu.
Ó Amada, você está atirando-nos no néctar
E está nos fazendo dançar.
Você nos dá o bhava e
Você nos tira o bhava
Por que você faz isso?
Não é nossa falta. É sua!
Você nos deu a mente e
Depois você a faz vaguear.
Ó Mãe, Você nos deu a criação
E nos dá essa percepção.
Todo o doce foi queimado.
Temos esquecido sua Maya.
E desse modo nos tornamos mundanos
Ramprasad diz: Você nos dá essa mente. Onde você levará isso?
Isso é o que Ramakrishna cantou. Om
KARMA YOGA E O ENSINAMENTO DE TODOS.
Swamiji: Agora conversaremos sobre samsara, trabalhando dentro do mundo e dentro dos relacionamentos sem desejos pessoais ou egoístas
Um devoto do Brahma Samaj: Ó grande senhor: (Mahashay), é impossível realizar Deus se não abandona-se todas as coisas?
Ramakrishna (começou a rir): Não, não. Por que você tem que deixar tudo? Você está flutuando nesse oceano de mundanalidade com toda sua doçura e viscosidade, com todas as suas mentes. (Todos começam a rir.)
Você é muito mundano. Você sabe como jogar com um mapa no tabuleiro? Eu já marquei ponto bastante para sair da competição, mas vocês, são muito desobedientes. Alguns estão marcando dez, alguns seis e alguns cinco. Muitos não chegaram muito longe ainda. Seus laços mundanos não se dissolveram como os meus. Seu jogo ou drama ainda continuará muito. (Todos começam a rir)
Eu estou falando a verdade. Não é culpa sua ser mundano, mas você deve manter sua mente focada em Deus. Se não fizer isso, não será capaz de alcançar suas metas espirituais. Você trabalha com uma mão e com outra segura Deus. Quando o karma estiver completo você será capaz de segurar Deus com ambas as mãos. A mente é tanto a fonte de sua liberação quanto seu cativeiro. Qualquer cor que você mergulhar sua mente, é esta cor que ela irá refletir. Como na casa do homem da lavanderia se você encontra roupas brancas, e você tingir a roupa de vermelho, ela se tornará vermelha. Se tingir de azul , ficará azul. Se você a mergulhar na tinta verde, ela se tornará verde. Qualquer cor que você escolher mergulhar a roupa, é esta a cor que ela irá refletir. Quando você estuda Inglês, é natural que use expressões Inglesas em sua fala, como “Foot and fut, and meet and mat”
Swamiji: Ramakrishna começou a fazer mímicas dos sons do Inglês. E todos começaram a rir do modo engraçado dos sons em Inglês.
Se você usar sapatos extravagantes em seus pés, você irá cantar ou assobiar como um homem Inglês. De qualquer modo que você aplique sua mente, é assim que ela refletirá. Se um pundit estuda Sânscrito, então de sua boca os slokas saem muito rapidamente. Se você mantém sua mente nas más influencias, você começará a pensar sobre más influências. É assim que você começará a pensar; é assim que começará a falar. Se você mantiver sua mente com os devotos, sua mente pensará em Deus. Você falará sobre Deus. Esse é o caminho natural. A mente é tudo. Há uma família com crianças. Todos amam suas crianças de modo diferente, mas a mente é uma.
Somente depois que você alcançar a perfeição da discriminação e da renúncia, você deverá entrar no mundo. No oceano da mundanalidade , há um bando de crocodilos com os nomes de “desejo”, “apego” e “ira”, Se você esfregar seu corpo com o açafrão da discriminação e renúncia, poderá submergir no oceano mundano sem medo. Deus é Verdade. Este é o eterno fenômeno. Tudo o mais é transitório, é impermanente. É somente por dois dias ou mais. Este conhecimento é o amor de Deus. Se você é atraído pela devoção, isto é chamado amor. As gopis tinham tanta atração por Krishna. Ouça uma canção:
Radha diz: “Krishna está tocando Sua flauta.
Não posso deixar de ir.
Ele está de pé no caminho.
Ei meninas, vocês vêm ou não?
Vocês falam sobre Krishna só da boca para fora
O Krishna que reside dentro de mim
Cria tanto sofrimento em meu coração
Que me lembro Dele todo o tempo
Ele está tocando a flauta somente em seus ouvidos
Mas eu estou ouvindo a flauta em meu coração.”
Ela diz para todas as gopis, para todas as suas amigas: ‘Vocês estão ouvindo a flauta de Krishna somente com seus ouvidos!”
Ele está tocando a flauta dentro do meu coração.
Vocês meninas, façam uma circundem Krishna
E Seu brilho irá crescer, crescer.”
Ramakrishna começou a derramar lágrimas quando cantava essa canção.
Ramakrishna (Para Keshab): Quer você aceite Radha e Krishna ou não, quer acredite neles ou não, deixe que a atração e o amor Deles, se estabeleça em seu coração. Você deve expressar sinceridade em seu amor por Deus. Se você tem sinceridade, poderá conseguir devoção.
SÉTIMA DISCUSSÃO
Ramakrishna estava no barco com Keshab Sem. As ondas estavam batendo contra o barco enquanto eles cruzavam o Ganga. Foi ordenado ao capitão para ir além da fábrica no lado norte do Templo de Dakshineswar. Todos os devotos no barco não tinham idéia de quanto o barco tinha percorrido. Eles estavam encantados com as palavras de Ramakrishna. Não sabiam quanto tempo tinha se passado. Depois eles foram servido com muri, um lanche feito de arroz e coco. Ramakrishna amou este lanche. Keshab trouxe uma grande tigela do lanche e distribuiu aos devotos. Todos comeram, e estavam de fato cheios de bem-aventurança. Ramakrishna percebeu que Keshab e Vijay estavam afastados um do outro, e não participavam da festa. Então Ramakrishna teve uma idéia de como estabelecer a amizade entre eles, uma vez que ele é o “Distribuidor do Bem–estar de toda Existência”.
Ramakrishna (para Keshab): Olha meu querido filho, Vijay veio. Você tem um argumento entre vocês? É como a luta entre Shiva e Rama. O Guru de Rama ainda é Shiva, mesmo se há uma luta. Eles lutam e depois reatam os laços de amizade. Shiva é acompanhado pelos fantasmas e globins, e Rama é acompanhado por um bando de macacos. Os macacos e os fantasmas e globins nunca se dão bem e ficam juntos! (Todos começam a rir). Você tem sua gente e suas convicções, Vijay tem as dele e é por isso que tudo continua desse modo. Você sabe que Lav e Kush, os filhos de Rama, lutaram com ele?
A mãe e a filha observaram jejum nas terças-feiras como se o bem estar da filha fosse diferente do bem estar da mãe. Mas o bem estar da filha é de fato o bem estar da mãe. Do mesmo modo, vocês têm cada qual sua sociedade separadamente, e deste modo , parecem ser diferentes. Se você diz que a própria Deusa está realizando seu drama, onde está a necessidade de separação e distinção no drama? (Todos começam a rir). Se não há distinção ou separação, então não há uma sala para conflitos ou altercação. É impossível entender a lila. Ramanuj foi um grande expositor do sistema de dualidade. Seu Guru foi o grande expositor do sistema da não dualidade. Por fim eles seguiram seus próprios caminhos separadamente. O Guru e o discípulo tiveram idéias diferentes. As formas de crença vêm e vão, mas ainda assim eles são sua gente!
OITAVA DISCUSSÃO
Keshab está para receber um ensinamento – o Guru é sat-chit-ananda. Todos estão tendo um momento maravilhoso.
Ramakrishna (para Keshab): Você está dando iniciação e aceitando qualquer um como discípulo. Por isso sua associação ou congregação está indo em muitas direções. Se você olhar toda a humanidade, eles parecem o mesmo, mas cada um tem uma natureza diferente.
Em alguns, sattva guna é predominante. Alguns têm mais rajo guna, e alguns têm mais tama guna. Todas são qualidades da natureza. Cada um de nós tem a preponderância ou predominância de uma sobre as outras. Você sabe que características você tem? “Eu como” e “eu digiro” e “eu lembro”. O resto a Mãe sabe. Essas três coisas, sattva, raja e tama (a energia da pureza e claridade, a energia da atividade, e a energia do desejo) tudo faz meu corpo agitar-se. O Guru é o executor e o Guru é a execução. E o Guru é a verdade-consciência e bem-aventura. Ele é o mestre e eu sou uma criança de Deus.
Há centenas de milhares de “Gurus”. Todos desejam ser um Guru, mas quantos desejam ser discípulos? É muito difícil ensinar as pessoas. Se Ele é perceptível, se Ele é real, se Ele é a realidade e Ele deu-lhe a autoridade de ensinar, somente então você será um efetivo professor. Narada e Shukadeva foram instruídos a ensinar. Shankaracacharya foi autorizado a ensinar. Se você não foi autorizado a ensinar, quem irá ouvir o que você tem a dizer?
O mundo está cheio de variados Gurus. Quando a lenha está queimando, o leite no fogão começa a ferver. Quando você tira a lenha, o leite não sobe mais. Se alguém não te atrai, você não vai a nenhum lugar. Deste modo as pessoas de Calcutá estão buscando vários e diversos Gurus.
Cada indivíduo está cavando muitos poços, dizendo que estão buscando água. Logo que encontram uma pedra, deixam aquele buraco e começam a furar em outro lugar. Ali encontram areia, e então abandonam este buraco. Começam a cavar em algum outro lugar e abandonam. Se você receber estas instruções em sua mente, isto não é suficiente. Deus é a Verdade da Verdade e a Real Realidade. Ele também fala, e então você consegue instrução, autorização. Você não sabe o poder de Suas palavras. Elas podem mover montanhas! Quantas pessoas ouvem as conferências e depois esquecem tudo? Deste modo você não pode realizar um trabalho eficiente.
Swamiji: Ramakrishna está lembrando seus dias em Haldarpukur, o lago atrás de sua aldeia Kamapukur
Ramakrishna: Toda manhã perto do lago todos os aldeões vão esvaziar seus intestinos. Todas as pessoas que vão lá avisam que é para não fazerem uma bagunça no meio do caminho, e no dia seguinte é a mesma coisa. Eles não podem parar seus intestinos. (Todos começam a rir).
Então os aldeões reclamaram com os proprietários do lago. Eles colocaram um vigia na margem do lago. O vigia colocou um cartaz que dizia: Não amole.” O trabalho do vigia é dar instrução apropriada, e se a instrução não é dada as pessoas farão o que acharem melhor. Todas as pessoas cegas se juntam e caminham, o cego leva o cego. Quando você alcança a santidade, você pode ir para dentro. Você entende quem tem qual doença e pode dar a instrução apropriada. Se você não tem a autoridade própria e está dando instrução, então é somente ego e ignorância. É somente o entendimento da ignorância. É o sentimento de que “sou eu quem faz”. É Deus quem faz. Ele realiza tudo. Eu não faço nada. Este entendimento é chamado liberação. O entendimento de que “eu faço” não lhe dá nada a não ser dor e falta de paz.
NONA DISCUSSÃO
Ramakrishna está discutindo o assunto de Karma yoga com Keshab e os outros.
Ramakrishna (Para os devotos de Keshab): Diga-me, quem tem a capacidade de fazer um benefício ao mundo? É este mundo tão pequeno que você possa beneficiá-lo? Quem é você para de fato fazer algum bem ao mundo? Para de fato beneficiar o mundo você deve realizar Deus através do sadhana. Depois você pode ganhar a santidade. Se Ela lhe der a energia, então você poderá beneficiar os outros. Na ausência da inspiração divina é impossível.”
Um devoto: Uma vez que ainda não alcançamos a santidade, deveríamos refrear toda a ação?
Ramakrishna: Não. Por que você irá renunciar a toda ação? Lembre-se de Deus, pense em Deus, medite sobre Deus. Isso você continuará a fazer.
Devoto: Quer dizer que podemos fazer o serviço no mundo e também contemplar Deus?
Ramakrishna: Sim, você deve fazer ambos. Você tem que realizar o serviço no mundo, mas de vez em quando fique em solidão e ore para que possa realizar aquelas atividades sem desejos pessoais. Você dirá: “Deus, reduza meus desejos mundanos porque quando eu vejo que há tanto trabalho em minha frente, eu esqueço Você. Penso que estou agindo sem egoísmo, mas de fato tenho muitos desejos.” Tanto mais você se torna um filantropo, mais respeito você recebe, e daí você não pode mais ficar sem desejos. Se você está buscando nome, poder e fama, você não pode livrar-se dos desejos.
Ouça uma história sobre Shambu Mallik doação e realização de trabalhos. Shambu Mallik estava conversando sobre construir uma escola, um hospital, uma estrada e um poço para beneficiar as pessoas pobres. Eu disse a ele: “Fazer tanto quanto é necessário é sua responsabilidade. Esta parte você pode fazer sem desejos. Se você tem desejos, fica envolvido em muitas atividades, então poderá esquecer Deus. Havia um homem que costumava dar esmolas para todo mudo no Kalighat. Ele estava tão ocupado do lado de fora do templo que não entrou lá dentro para ter o dharsan de Kali.” (Todos começaram a rir).
Você tem que ir ao Kalighat para entender. Primeiro você precisa acotovelar para abrir caminho para chegar em frente a linha, assim você pode ter o darshan. Depois que teve o darshan, você pode dar quanto desejar . Se você deseja, dê muito.
Realize as atividades para obter santidade. Por isso eu disse a Shambu, “Se Deus é de fato sua realidade, quando ele vir até você, irá você pedir a Ele criar hospitais e escolas? (Todos começam a rir).
Isso não é o que chamamos de devoto. Um devoto dirá: “Ó Deus, por favor, dai-me um lugar em Seus pés de lótus. Mantenha-me sempre com você. Por favor, dai-me verdadeira devoção aos Seus Pés de Lótus. Este mundo de atividades é muito difícil. Todas as injunções nas escrituras que invocam-me para realizar ações no mundo, todas elas são muito difíceis de realizar. Nesta Era de Escuridão, é muito difícil manter-se livre de desejos e apegos. Todas estas atividades, toda essa mundanalidade, não me traz a Você.”
O doutor, quando trata seus pacientes também torna-se infectado com a doença. Não pode ficar com o paciente muito tempo ou cairá doente com a mesma doença. Quando você tem uma grande febre, não pode só tomar seus chá e pronto. Você precisa de remédios. Nesta idade de ferro, temos que unir com devoção. Temos que recitar os nomes de Deus continuamente e Suas qualidades, para que possamos Ter devoção a Deus. Devoção é o mais elevado ideal nessa época. Devoção é o remédio real.
Ramakrishna (olhou para todos os devotos): Vocês estão unidos na devoção. Vocês são abençoados porque cantam o nome de Hari e as qualidades da Mãe Divina.. Sua atitude é completa, não é como aqueles Vedantins que dizem que o mundo é um sonho. Isto é uma mentira. Vocês não são assim. Não são Brahma jnanis. São devotos. Chamem com sinceridade e sem dúvidas, e certamente vocês A encontraram.
DÉCIMA DISCUSSÃO
Era Kojagiri Purnima, Laksmi Purnima, em Outubro. Ramakrishna foi à casa de Surendra com Narendra. O barco voltava. Todos aguardavam o desembarque. Eles trouxeram uma carruagem para transportar Ramakrishna até a frente da casa. O Mestre e dois ou três devotos subiram na carruagem. Seu sobrinho Nanda Lal, foi na carruagem também pensando que iria com Ramakrishna por pouca distância. Eles sentaram-se e perguntaram: “Quem é ele? Onde está Keshab?” Depois eles virão que Keshab esta vindo e ficaram com o rosto sorridente. Ele perguntou a Ramakrishna, “Quem irá com você?” Após todos estarem na carruagem, Keshab curvou-se em pranam para Ramakrishna. Com grande amor e afeição Ramakrishna despediu-se e a carruagem começou a mover-se por uma bela avenida chamada English thola (Isso é em Brtishtown, um subúrbio de Calcutá.). Havia uma beleza artística de ambos os lados da estrada e no céu a lua cheia brilhava. Parecia que todas as casas estavam descansando em seu pacífico brilho. Nas casas havia velas queimando. Em várias casa o som dos pianos e harmonios podiam ser ouvidos, e as vozes da mulheres cantando em Inglês podiam ser ouvidas também.
Ramakrishna estava sorrindo com deleite.
Ramakrishna (repentinamente): Estou com sede. Gostaria de beber um pouco de água. O que acontecerá? Quem irá providenciar isso para mim?
Nanda Lal parou a carruagem em frente ao Indian Club e foi lá dentro conseguir um pouco de água. Colocou água no copo para Ramakrishna. Ramakrishna (sorrindo): O copo está limpo, certo?
Nanda: sim.
Ramakrishna bebeu e ficou satisfeito. A medida que a carruagem seguia , Ramakrishna pendurou-se na janela olhando todas as pessoas. Ele estava se divertindo olhando todas as coisas. Nanda Lal parou no Kotu Thola. Então foi para a Rua Shimulia para ir à casa de Suresh.
Ramakrishna chamava Suresh de Surendra, o Rei dos Deuses. Ele era um grande devoto de Ramakrishna. Ele não estava em casa, tinha ido para sua nova casa jardim. As pessoas na casa abriram as salas do andar de baixo. E pensaram: “Como pagaremos a carruagem? Quem pagará a tarifa? Se Surendra estivesse em casa, certamente ele pagaria.”
Ramakrishna (Para um devoto): Pergunte às senhoras da casa e veja se elas têm a tarifa do táxi. Não sabem que o táxi deve ser pago? Eles vêm e vão. Alguém deve ter dinheiro para pagar o táxi.
Narendra vivia perto daquela parte da cidade. Ramakrishna o chamou. As pessoas da casa levaram Ramakrishna para o andar superior. Pegaram duas camas e colocaram um lençol limpo por cima. Keshab estava mostrando a Ramakrishna todos os quadros que estavam nas paredes da sala. Todas as diferentes religiões estavam representadas. Todas as várias divisões do Hinduísmo estavam presentes. Ramakrishna estava sentado e todos começaram a conversar.
Então Narendra chegou e Ramakrishna levantou-se e com deleite disse-lhe: “Você deveria Ter visto como estivemos conversando com Keshab hoje! Vijay estava lá e também mais pessoas.”
Ramakrishna: Você pergunta por eles. Veja Keshab e Vijay estavam viajando comigo hoje e agora estamos todos aqui sentados juntos.
Então a noite chegou e Surendra ainda não havia retornado. Ramakrishna ia para Dakshineswar e não havia motivo para chegar tarde. Eram 10h30min da noite. A carruagem veio e Ramakrishna entrou. Narendra fez pranam para Ramakrishna e eles deixaram Calcutá indo para Dakshineswar.
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